Colocar a inovação para passear de bondinho e fomentar novas ideias para o turismo carioca. Com este plano a MSW Capital e o Parque Bondinho Pão de Açúcar – ele mesmo, o famoso bondinho no Rio de Janeiro – estão lançando o 110 Ventures. O programa nasce com a proposta de acelerar startups inovadoras nas áreas de turismo, entretenimento, mídia e sustentabilidade. As inscrições estão abertas.
Gerido pela MSW, fundo especializado em iniciativas de corporate venture capital, o 110 Ventures deverá abrigar em sua primeira turma cerca de 5 a 6 startups de base tecnológica, em sua maioria de early stage e com pelo menos dois fundadores dedicados (idealmente CEO e CFO), impulsionando-as por quatro meses. A ideia é estimular a disrupção através de sinergias com o Bondinho Pão de Açúcar e outros negócios que fazem parte do Grupo Iter, holding que controla a atração turística carioca.
“Neste período vamos conhecer as startups, entender suas prioridadas, com orientadores da MSW ou do Bondinho e acompanhar de forma intensiva o seu desenvolvimento”, explica Moisés Swirski, fundador e sócio-executivo da MSW Capital. Segundo executivo, isso significa a realização de mentorias, utilização de coworking na sede do parque, trocas de experiências entre as aceleradas, testar provas de conceito (POCs) com clientes do Bondinho, ou até mesmo pivotar seus modelos a partir desta experiência.
No final do período, o plano é colocar as startups para sentarem à mesa com investidores. “Algumas podem ser investidas até pelo grupo do Bondinho”, explica Moisés, afirmando que caso a Iter entre nestes negócios, será em participações minoritária junto a fundos maiores.
História de Inovação
O 110 Ventures faz referência ao aniversário de 110 anos do Bondinho, comemorado este ano, e também faz alusão à uma necessidade de se aventurar em novas direções, especialmente no mercado que o Bondinho é um dos expoentes: turismo. “Eles (do Bondinho) tem um histórico de inovação, pela própria proposta do bondinho e sua história de renovação neste mercado”, explica Moisés.
Conforme aponta o sócio na MSW, a holding do Bondinho fez a aproximação com gestora ao identificar uma lacuna no mercado. “É um segmento de grande potencial no Brasil, com poucos players se colocando à disposição das startups. Eles decidiram se tornar um agente ativo no ecossistema de turismo, mídia e entretenimento, ingressando na inovação aberta”, destaca.
Para a MSW, que tem um histórico de CVCs com grandes empresas (Microsoft, Banco do Brasil, Qualcomm, Banco Votorantim etc.) , iniciativa com o Bondinho Pão de Açúcar é uma expansão de escopo, mas uma que chegou para ficar. “Não conhecemos ventures dedicados à inovação do turismo no Brasil. O país guarda dos maiores potenciais de turismo no mundo, e não aproveitamos isso. Tá faltando tecnologia e gestão para levar isso para o próximo nível”, dispara Moisés.
Segundo o executivo, a primeira turma será enxuta para analisar a experiência e preparar as próximas turmas, que deverão ser lançadas todo ano. “Mesmo após os quatro meses, nosso trabalho continua. Manteremos as conexões com as startups por dois anos, apoiando no planejamento estratégico das empresas”, finaliza.