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A empresa de sistemas de comunicação entre empresas e clientes Zenvia definiu a faixa de preços de suas ações para o IPO na Nasdaq. O valor ficou entre US$ 15,50 e US$ 17,50. Considerando um preço médio de US$ 16,50 para as mais de 12,9 milhões de ações ofertadas, a companhia pode levantar US$ 213 milhões. Os atuais acionistas – Cassio Bobsin, seu fundador, e as gestoras Oria Capital e Spectra – ainda podem optar por vender um lote adicional de mais de 1,9 milhões de ações.

A companhia estima que os recursos líquidos da captação (descontando os custos da operação) serão de US$ 195,3 milhões, ou US$ 183,3 milhões, descontando o pagamento de bônus a funcionários por conta da oferta. O valor pode subir para US$ 225 milhões, ou US$ 212,3 milhões se os acionistas venderem o lote adicional.

A ideia da Zenvia é usar pouco mais de um quarto dos recursos da captação (US$ 57 milhões) para pagar a compra da D1, anunciada em março. O restante será investido em novos produtos, expansão internacional e eventuais novas aquisições.

Esse é o 1º IPO da Oria e o 12º da Spectra. A oferta é coordenada por Goldman Sachs, Morgan Stanley e Itaú BBA e também conta com a participação do UBS, Bradesco BBI e XP Investimentos.

Desempenho da empresa

Em 2020 a companhia registrou receita líquida de R$ 492,5 milhões, o equivalente a US$ 94,8 milhões, com cerca de 9,5 mil clientes. O montante considera as aquisições da Sirena (feita em julho de 2020) e da D1 (anunciada em março, e que ainda aguarda aprovação de reguladores) e representa um crescimento anual de 119,7%.

Ano passado, a Zenvia teve prejuízo de R$ 21,4 milhões, revertendo lucro de R$ 13,8 milhões em 2019 e de R$ 19,9 milhões em 2018. A companhia tem fluxo de caixa positivo desde 2015 e atribui as perdas de 2020 aos investimentos feitos para acelerar seu crescimento.

No fim do ano passado, a companhia tinha 470 funcionários, mais que o dobro dos 226 registrados em janeiro. Contando a D1, o número chega a 672. Dos funcionários, 83 estão instalados nos escritórios na Argentina, EUA e México. A companhia está em processo de expansão internacional focada em América Latina e diz estar em contato com clientes no Chile, Peru, Equador, Uruguai, Guatemala e outros 15 países.

Apesar da ampla base de clientes, a Zenvia tem uma fatia significativa da receita concentrada em seus 10 principais nomes: um terço do total em 2020. A fatia já foi maior. Em 2018, a lista representava 37%. Em 2019, era 34%. Com a incorporação da D1 é esperado um novo incremento, para 35%. “Estamos trabalhando para reduzir essa concentração investindo em iniciativas de marketing para atrair novos negócios pequenos e médios para a nossa plataforma e incluir novas ofertas à nossa base atual”, escreveu a Zenvia no prospecto. Atualmente, só 2% da receita vem da plataforma de autoatendimento, voltada aos pequenos negócios e às vendas indiretas.

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