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O ecossistema brasileiro de startups focadas em recursos humanos recebeu US$ 3,4 bilhões em capital de risco entre os anos 2000 a 2021, distribuídos em 310 rodadas com fundos nacionais e internacionais, de acordo com o “HRTech Report”, da plataforma de inovação Distrito. Apesar de os números apontarem um crescente interesse no segmento, HRtechs ainda não são atraentes como as fintechs, que levantaram US$ 3,6 bilhões só no acumulado dos últimos 3 anos.

A pesquisa do Distrito, feita no ano passado, mapeou 356 startups com soluções para o desenvolvimento do capital humano, com tecnologias de contratação, gestão de times e processos, desenvolvimento de skills, aprimoramento e cuidados. Hoje, mais 1 empresa entra para o time: a bRHain (lê-se “brain”, cérebro em inglês), criada para melhorar o bem-estar e o engajamento do colaborador e apoiar as rotinas do RH nas empresas.

A startup chega ao mercado com um software para gestão de benefícios e ambiente de aprendizagem digital e gamificado, com a missão de entregar um sistema de desenvolvimento durante toda a trajetória do colaborador. “Muitas empresas não conseguem interagir com o funcionário no início da jornada, porque não conhecem suas características comportamentais e multidisciplinares, como saúde física e financeira. A oportunidade do onboarding é que as companhias já conheçam alguns elementos e hábitos do colaborador”, explica Fabrizio Ribeiro, cofundador e diretor-executivo da bRHrain.

Gamificação para engajar

O processo começa na contratação, quando o RH pode disparar uma carta de oferta de emprego e fazer toda a admissão de documentos pela plataforma. Depois, a tecnologia centraliza a gestão dos benefícios flexíveis e tradicionais dos colaboradores. Ao contratar um analista, coordenador ou qualquer outro pofissional, o sistema reconhece o pacote que a pessoa deve receber e faz a operação de forma automática.

“Os RHs tradicionais têm uma margem de erro de 6%, com colaboradores que não são recebem os benefícios que deveriam ou que já saíram da empresa, mas continuam incluídos no pacote. Com a plataforma, diminuímos os riscos”, diz Fabrizio. O colaborador pode consultar os serviços, solicitar a inclusão ou a exclusão de dependentes, pedir uma segunda via, tirar dúvidas e abrir chamados para reembolsos.

Além do módulo de benefícios, a bRHain desenvolveu uma solução de educação corporativa com mais de 150 cursos próprios para os talentos continuarem a se desenvolver. Uma parte menor do catálogo terá um modelo parecido com o que faz a Education Journey, startup que agrega cursos de educação corporativa criados por outras edtechs. “Se uma empresa tem parcerias com universidades ou com alguma outra plataforma [de educação], pretendemos sim incluir esses conteúdos para oferecer uma experiência única”, afirma Fabrizio.

Os cursos são disponibilizados no modelo dos streamings, todos em vídeo para o colaborador consumir a vontade. As aulas abordam temas como comunicação, saúde mental, feedback assertivo, ginástica cerebral e treinamento de soft skills.

O diferencial da plataforma fica por conta da gamificação e da integração com o pacote de benefícios. Conforme o colaborador assiste às aulas e se engaja com a capacitação da empresa, ele acumula pontos que podem ser trocados por dias de folga, vouchers e outros benefícios estabelecidos pela organização. Os gestores têm acesso a quais funcionários fizeram os cursos, quando e por quanto tempo.

“A ferramenta engaja e empodera os colaboradores. Os talentos podem escolher os benefícios que são mais pertinentes para o seu momento de vida e se sentirem mais participantes das decisões”, considera Fabrizio.

Planos de crescimento

Com sede em São Paulo, a bRHain nasce depois de 1 ano de desenvolvimento, apoiada por um investimento de R$ 3 milhões feito pelos 5 sócios. A expectativa é que eles injetem mais R$ 3 milhões no próximo ano para aprimorar a tecnologia e lançar novas ferramentas. Segundo o cofundador, o roadmap  inclui crédito consignado privado e marketplace de produtos para os colaboradores.

“Vai ser inevitável abrir uma série A no futuro, e obviamente estamos olhando para isso. Mas o objetivo para o 1º ano é ter um número relevante de usuários”, diz Fabrizio. A série A deve acontecer em 2023, com foco em expansão comercial.

O executivo afirma que a startup já está fechando com 2 clientes. A projeção é, em 12 meses, ter 50 mil usuários colaboradores de diferentes empresas. Somando a inclusão dos dependentes – quando os benefícios se estendem aos familiares dos funcionários – a base deve fechar em torno de 110 mil pessoas. Para o final de 2024, a expectativa é somar 200 mil usuários (entre colaboradores e suas famílias).

Por ora, o principal desafio da bRHain é tornar a marca conhecida. Para superá-lo, Fabrizio diz ter a presença confirmada em vários eventos do setor ao longo do ano, a fim de aproximar-se dos RHs e mostrar a ferramenta para potenciais clientes.

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