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A bud, plataforma de gestão OKR (Objetivos e Resultados-Chave) para empresas, levantou R$ 1 milhão com a conclusão de sua rodada pré-seed. O aporte veio da Bossanova Investimentos, fundo de micro venture capital para empresas early-stage; e dos investidores-anjo Andrey Izyumov, ex-diretor-executivo do Goldman Sachs na Europa, e Robledo Ribeiro, fundador da HostGator na América Latina.

Segundo Maurício Bueno, cofundador e diretor-executivo da companhia, os recursos serão usados para o desenvolvimento do produto, marketing e vendas, com uma atenção especial para o Brasil e a Europa. A startup, que já atende 3 mil usuários de 20 empresas nacionais, incluindo Nivea, SulAmérica e Bosch, espera multiplicar a base por 10, chegando a 30 mil usuários no final de 2022, com clientes na Alemanha, Reino Unido e Portugal.

Ter um investidor europeu pode ajudar. Além de trabalhar em um dos maiores grupos financeiros multinacionais, o russo Andrey Izyumov já investiu na startup Miro, uma plataforma online de lousa digital e colaboração visual para o trabalho em equipe. “Somando sua experiência em startups B2B com o trabalho no Goldman Sachs, ele chega para nos ajudar a pensar um produto global”, diz Maurício em conversa exclusiva com o Startups.

Maurício Bueno, cofundador e diretor-executivo da bud

Como tudo começou

O OKR nada mais é do que uma metodologia de gestão para empresas estruturarem onde querem chegar. E a bud criou uma plataforma para facilitar esse processo. Com o software, o gestor consegue ver como cada time (marketing, comercial, financeiro, RH, etc) está avançando em relação à estratégia do negócio, quais são os objetivos dos departamentos e quem é responsável pelos resultados.

Além disso, as equipes podem organizar metas de curto, médio e longo prazo, acompanhar o progresso e fazer comentários, acompanhando de perto o desenvolvimento da companhia. A expectativa é que, com uma visão clara dos processos, os colaboradores conheçam suas responsabilidades, estejam mais cientes do impacto de seu trabalho e mais engajados com o negócio.

A ideia surgiu dentro da weme, uma consultoria de design e inovação nascida em Campinas que atende grandes empresas como Ambev, Natura&Co, Alelo e Visa. “Em 2019, fizemos um estudo de saúde no ambiente corporativo que mostrou que a má gestão das empresas impacta diretamente na saúde física e mental dos colaboradores”, explica Maurício, que cofundou a weme em 2011.

A situação se agravou com a pandemia, quando 62% dos profissionais brasileiros ficaram mais ansiosos e estressados com o trabalho do que estavam antes, de acordo com uma pesquisa do LinkedIn. Dos 2 mil entrevistados, 20% disseram estar inseguros por ter dificuldades de saber o que estava acontecendo com seus colegas e sua empresa.

Maurício viu a oportunidade de estruturar um novo negócio. Criou a bud ao lado de Wagner Foschini, Daniel de Lucca, Marcelo Travi, todos da weme, com o objetivo de facilitar a jornada dos colaboradores. “Tudo o que a gente desenvolve é, no final do dia, pensado para apoiar a saúde física e mental dos funcionários, e fazemos isso por meio da transformação do trabalho”, explica o executivo.

Resultados

“Quando o assunto é bem-estar corporativo, muitas empresas colocam um band-aid no problema, oferecendo benefícios de academia e terapia. Isso é importante, mas não significa muito se não solucionar a causa da questão, que normalmente está na cultura do negócio, gestão da empresa e dinâmica do trabalho”, explica Maurício.

Para complementar o software OKR, a startup faz, a cada 15 dias, uma pesquisa com seus clientes para entender como a equipe está se sentindo, se os objetivos do trabalho estão claros e o que pode ser aprimorado. A startup afirma que colocando o usuário no centro, com mais visibilidade, clareza e autonomia, o trabalho vira uma experiência mais humana e gratificante.

Software da bud

Pesquisas internas da bud mostram que, depois de adotar o software, as empresas tiveram um aumento de 32% na motivação dos colaboradores e 51% no quanto a estratégia e os objetivos da companhia estavam claros para o time. “O mercado de bem-estar corporativo global está próximo dos US$ 60 bilhões, cada vez mais direcionado para mudar o trabalho, e não só os benefícios. Como bud, apostamos nessa tendência.”

A startup, que começou a operar oficialmente em janeiro de 2021, cresce cerca de 50% ao mês. Segundo o cofundador, o aporte pré-seed deixa a companhia bem capitalizada para sua jornada em 2022. A previsão é fazer uma rodada seed no ano que vem.

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