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A CarBigData tem um mercado bem específico para a sua solução: o de recuperação de veículos roubados ou inadimplentes para seguradoras, bancos e financeiras. Com este foco, a companhia acabou de levantar uma rodada de investimento, recebendo R$ 4,5 milhões da DOMO Invest.

Com o investimento, a startup paulistana planeja intensificar sua presença no território brasileiro, aumentando sua infraestrutura de câmeras e tecnologia junto à força de trabalho que utiliza sua solução – os agentes recuperadores de veículos que trabalham para seguradores, financeiras e outras companhias que utilizam o serviço da CarBigData.

“O plano é expandir o parque de câmeras, que agora deve chegar a todo o território nacional, e ter mais agilidade nos alertas, como por exemplo acionar o agente mais perto da câmera que detectou um carro procurado”, explica Pedro de Paula, cofundador e CEO da CarBigData, em entrevista ao Startups.

Segundo destaca Pedro, a tecnologia criada pela sua startup está ajudando as seguradoras em um trabalho que antes era feito quase que manualmente. A partir da plataforma da empresa e do sistema de reconhecimento de imagem dela, agentes conseguem consultar de forma rápida placas de carros roubados ou em condição de inadimplência, ganhando agilidade no processo de reaver estes veículos.

“Todas as seguradoras perdem 10 mil carros por mês. É um problema mensal de R$ 700 milhões por mês. Por isso, entregamos uma solução de grande valor agregado”, afirma Pedro ao falar do tamanho do prejuízo deste mercado.

Pedro de Paula Carbigdata
Pedro de Paula, cofundador e CEO da CarBigData (Foto: Divulgação)

Além disso, a companhia criou uma rede de câmeras em diversas cidades pelo país, utilizando a mesma tecnologia para detectar placas de carros em condição irregular, e notificando as seguradoras. Com esta tecnologia, a companhia conseguiu atrair as principais seguradoras do país para sua carteira de clientes. Pedro preferiu não abrir os nomes dos clientes em função dos contratos, mas deixou claro: “Todos os nomes grandes trabalham conosco”, frisa.

“Uma das seguradoras atendidas por nós fez, em setembro, 13 mil consultas e recuperou 152 carros. Numa média simples, ela conseguiu recuperar cerca de R$ 11 milhões em apenas um mês, um valor abaixo do que ela paga mensalmente por nosso serviço”, explica Pedro.

Planos de crescimento

Hoje a CarBigData ainda possui uma operação enxuta – pouco mais de 20 pessoas – mas o plano com o investimento é aumentar este time, especialmente na parte de tecnologia, bem como aumentar a robustez de sua plataforma. “Estamos criando uma série de recursos de inteligência, AI e machine learning, para otimizar alertas e agilizar as recuperações”, diz Pedro.

Além disso, o foco na expansão do parque de câmeras é importante para Pedro. Segundo ele, a empresa já tem uma cobertura abrangente nas capitais, mas agora está mapeando outras áreas no país em que existe alta circulação de carros furtados. “Até o momento já investimos mais de R$ 10 milhões em infraestrutura, mas vamos intensificar, e agora com o 5G esperamos dar outro salto de qualidade”, explica.

Com a melhoria do serviço, o plano da empresa é melhorar seu ticket junto aos clientes. “À medida que as empresas notaram cada vez mais como entregamos retorno financeiro aos seus negócios, ganhamos força pra negociar melhores contratos e faturar mais, já que falamos de um mercado com um número restrito de players interessados”, pontua.

Para Mario Letelier, sócio e gestor na DOMO, a CarBigData chamou a atenção por conseguir em pouco tempo conquistar clientes em um segmento que ainda tem resistência a soluções de terceiros. “Por outro lado, o ROI desta ferramenta para as seguradoras faz todo o sentido, pois a recuperação destes valores conta muito para bancos e seguradoras”, avalia.

Aliás, a aposta da aderência de seu produto ao mercado faz a CarBigData pensar em planos além do Brasil. Segundo Pedro, uma expansão internacional está na mesa. “Vemos países que tem características semelhantes ao Brasil, como México e África do Sul, e não precisaríamos de muitas adaptações para atender outros mercados”, finaliza o CEO. “O potencial de expansão internacional foi algo que levamos em consideração em nossa análise, e vemos grandes oportunidades em mercados emergentes”, completa Mario.

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