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Um mês depois de anunciar a aquisição da Galax Pay, a Celcoin está de volta com uma nova compra. O alvo dessa vez foi a Flow Finance, uma companhia nascida em Florianópolis (SC) que fornece a infraestrutura para que outras empresas criem ofertas de crédito próprias.  

A operação fechada em dinheiro e ações, que não teve o valor divulgado, faz parte do plano de expansão traçado pela Celcoin quando levantou R$ 55 milhões e julho/21. A ideia é usar as aquisições para criar rapidamente seu “Lego de serviços financeiros”, com uma oferta completa para atender as necessidades das empresas.

“A gente aposta muito na amplitude dos serviços, ter um one-stop-shop para evitar que um cliente precise fazer um novo contrato fora. Se já está usando alguma coisa aqui, usar novos produtos no mesmo lugar é sempre mais interessante e adiciona receita para a gente”, explica Marcelo França, fundador e presidente da fintech. “Acredita q tem espaço para ter um novo Itaú ou Bradesco, mas num modelo 100% aberto”, reforça o fundador.

Crédito, a peça que faltava

De acordo com Marcelo, o crédito era uma peça que faltava e a Celcoin começou a olhar uma opção para entrar nesse mercado logo depois da rodada de julho do ano passado.

Com 15 funcionários, dezenas de clientes e acelerada pela Darwin – da qual a Sinqia, sócia da Celcoin, também é investidora – a Flow pareceu uma boa opção por ter tecnologias abertas em formato de APIs e por atuar com diferentes etapas do processo de crédito, incluindo formalização e cobrança. “Um bom time e um bom produto preparado para dar a infraestrutura para quem quer dar capital de giro e até buy now pay later (BNPL) também”, diz Marcelo.

Ele cita também a possibilidade de integração com a base de 1,8 mil clientes da Galax Pay. Uma possibilidade, por exemplo, é usar o conhecimento dos pagamentos recorrentes das empresas para oferecer crédito a elas.

Corra Celcoin, corra

A velocidade é importante porque, assim como a Celcoin, tem muita gente de olho nessa oferta de banco ou fintech como serviço. Dock (antiga Conductor), Iugu, CSU, Porto Seguro, banco Modal (comprado pela XP), Zoop (comprada pela Movile) e Hash são alguns dos nomes que estão investindo nesse tipo de oferta.

Na avaliação de Marcelo o mercado é muito grande e não será uma questão de o vencedor leva tudo. “A desconcentração do mercado permite diferentes pontos de entrada. E você precisa ter tecnologia e atendimento muito bons. E quanto mais serviços, mais você ajuda e adiciona receita. Queremos usar o momento em que estamos para chegar lá”, diz.

Em 2021, a Celcoin transacionou R$ 25 bilhões, quase 20 vezes mais que os R$ 1,5 bilhão que ela tinha até o meio do ano passado. Para este ano, a projeção é chegar a R$ 45 bilhões. Uma parte desse volume vem da Rede Celcoin, uma rede de correspondentes bancários composta por 37 mil estabelecimentos espalhados por todo o país.

Com o crescimento orgânico e a estratégia de aquisições, a receita anualizada da fintech já está na casa dos R$ 100 milhões.

Em dezembro, a Celcoin recebeu do Banco Central a autorização para atuar como Instituição de Pagamento (IP). Com a licença, a companhia ampliou a possibilidade de produtos e serviços que pode oferecer ao mercado. Segundo Marcelo, o ano de 2022 será de integração e consolidação da ligação com os sistemas da autarquia.

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