Negócios

Celcoin mira Open Finance e compra Finansytech por R$ 85 mi

Esta é a terceira aquisição da fintech e a primeira depois de levantar R$ 85 milhões no ano passado

M&A Celcoin
M&A Celcoin. Crédito: Canva

A Celcoin, um dos maiores players do país quando o assunto é infraestrutura para serviços financeiros, acabou de fazer um grande movimento para se posicionar no mercado de Open Finance. A companhia anunciou a aquisição da Finansystech, sua terceira operação de M&A, pelo valor de R$ 85 milhões (pré-money).

Com a fusão, a Celcoin traz para dentro de casa uma empresa especializada em soluções para conectar players financeiros ao Open Banking, através de aplicações de iniciação de pagamentos, compartilhamento de dados e gestão de consentimentos. Na carteira de clientes da Finansystech estão nomes grandes como BMP, Banco Mercantil do Brasil, XP, Sicoob, Sumup, entre outros.

Nos termos do negócio, os 35 funcionários da Finansystech entrarão para o time da Celcoin, e o CEO e cofundador da adquirida, Danilo Branco, vai liderar a divisão de Open Finance na empresa-mãe. Em um primeiro momento, a marca Finansystech será mantida, dado o seu reconhecimento no mercado.

Em comunicado, a Celcoin destacou que, além de continuar oferecendo infraestrutura para bancos e instituições financeiras participarem do Open Finance, a Finansystech terá acesso à licença de ITP (Iniciador de Transação de Pagamento) da Celcoin, passando a oferecer soluções de ITP as a service, para qualquer tipo de empresa.

“Somando a capacidade da Finansystech com a Celcoin, poderemos levar soluções de Open Finance para qualquer empresa do mercado, adicionar diversos produtos ao nosso portfólio, criando soluções realmente inovadoras para o setor”, completa Danilo.

Ampliando a oferta

Na visão de Marcelo França, CEO da Celcoin, a aquisição se alinha com o plano da companhia em ampliar cada vez mais a sua oferta de serviços e produtos. Em janeiro do ano passado, a empresa comprou a Galax Pay, que tem soluções de cobrança recorrente e subadquirência. Um mês depois, adquiriu a Flow Finance, para avançar em crédito.

Estas fusões vieram no rastro de uma rodada de investimento que a fintech levantou em 2021, quando captou R$ 55 millhões, trazendo a Sinqia – via Torq Ventures, o CVC da companhia – para o captable, ao lado de investidores como a gestora Vox Capital e boostLAB, do BTG Pactual.

Depois disso, em abril do ano passado, a Celcoin ainda captou mais R$ 85 milhões com a Innova Capital – que já investiu em empresas como Movile e ClearSale. No anúncio desta rodada, a empresa afirmou que usaria o capital para ir ao mercado de fazer aquisições – no caso, a Finansystech é a primeira depois de receber o cheque.

Por falar em cheque e investidores, a venda da Finansystech se tornou o terceiro exit da plataforma de equity crowdfunding Captable, trazendo liquidez para 180 investidores que participaram da rodada da fintech no final de 2021.

A Celcoin transaciona mensalmente R$ 6 bilhões por meio de sua plataforma de APIs de BaaS, Pix, Open Finance, pagamento de contas, DDA, recargas, saques, cobrança e crédito. “Esse volume é processado mensalmente pelas mais de 300 fintechs e Bancos, 3 mil empresas, e ainda redes de varejos que somam mais de 40 mil pontos. Todos estão conectados via APIs na infraestrutura financeira da Celcoin”, afirma Marcelo França.

A empresa fechou os primeiros nove meses do ano com uma receita de R$ 81 milhões, 72% acima do mesmo período de 2021, possui receita anualizada de R$ 122 milhões e recebeu até aqui R$ 170 milhões em investimentos.

Apesar da mais recente aquisição, a empresa cogita manter ligada a sua máquina de M&A. “A empresa já ‘gera caixa’ mas não descarta novas captações para financiar aquisições e oportunidades de investimento”, afirmou a empresa em nota. Em entrevista ao Startups no fim de 2022, o CEO Marcelo França destacou que a Celcoin está pronta para se tornar um dos players consolidadores no segmento de infraestrutura financeira e bancária.

“A gente quer ser o anco invisível por tras de todas estas iniciativas, pois eles vão precisar de uma infra prática, sem preocupações regulatórias e fácil de operar”, explicou Marcelo ao Startups.