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Os fundos Valor Capital Group e MAYA Capital colideraram um aporte de R$ 40 milhões na Clicampo, plataforma que conecta pequenos e médios produtores rurais a restaurantes e varejistas da cidade. A rodada seed foi acompanhada pelos investidores-anjo Marcelo Abritta (Buser), Rafael Costa (Across Capital) e Luis Cascão (Truepay), além dos times fundadores da Agrolend e Pier, entre outros. 

Segundo Victor Bernardino, cofundador e diretor da startup, parte do investimento já foi usada para aumentar o time, com um foco especial para engenharia e produto. Sem abrir o número de contratações, o executivo revelou que hoje emprega cerca de 70 profissionais.

O aporte também vai apoiar a expansão nacional da Clicampo. Hoje a companhia está presente em Campinas, Belo Horizonte e mais uma cidade – curiosamente ainda mantida em segredo – e tem relação direta com 4 comunidades de agricultores rurais que fornecem alimentos frescos para as regiões metropolitanas.

Para 2022, as apostas estão no número 5 – quintuplicar os negócios, chegar em 5 cidades e 5 polos produtores. “Queremos atender todos os negócios que demandam comida fresca. O potencial é tão grande quanto essa cadeia no Brasil. Nossa maior expectativa é provar em escala que a agricultura familiar pode ser muito rentável”, afirma Victor. A meta é crescer 20 vezes nos próximos 2 anos.

Os fundadores da Clicampo: Victor Bernardino (à esquerda), José Miguel Noblecilla (sentado no chão), Bruno Mengatti (no centro, em pé), Luiza Batista e Yuri Janotti (à direita)
Os fundadores da Clicampo: Victor Bernardino (à esquerda), José Miguel Noblecilla (sentado no chão), Bruno Mengatti (no centro, em pé), Luiza Batista e Yuri Janotti (à direita)

Ações de impacto

A agtech foi fundada em 2021 para promover maior eficiência de cadeia e apoiar as mais de 4 milhões de famílias produtoras que hoje vendem sua produção com dificuldades logísticas e tecnológicas no país. 

A ideia surgiu pelas próprias vivências de Victor. Seu pai vem de uma família de agricultores familiares e a mãe trabalhou no segmento de restaurantes por 27 anos. Observando as principais dores e oportunidades do setor, o empreendedor reuniu os cofundadores José Miguel Noblecilla (ex-Wildlife Studios), Luiza Batista (ex-Rappi), Bruno Mengatti (ex-Wildlife Studios e Uber) e Yuri Janotti (ex-Rappi) para juntos criarem a Clicampo.

“O ecossistema vive um momento difícil, e acho que a principal razão pela qual conseguimos captar dinheiro agora é o time, formado por pessoas muito experientes. Isso faz com que a empresa tome melhores decisões”, diz José Miguel, em entrevista ao Startups.

Em comunicado, Monica Saggioro, sócia da MAYA Capital, afirma que a decisão pelo investimento na Clicampo foi motivada pela oportunidade de mercado e a expertise complementar do time. “Encontrar fornecedores com o padrão de qualidade requerido e com processo de entrega eficiente é uma grande dificuldade do setor. A Clicampo não só facilita o processo de supply dos restaurantes, como também gera renda extra para produtores rurais”, comenta.

Michael Nicklas, sócio do Valor Capital Group, destaca o comprometimento da startup em apoiar o desenvolvimento econômico e social dos pequenos produtores. Um dos polos produtores em que a Clicampo atua é em Brumadinho, Minas Gerais.

Para ajudar os trabalhadores impactados pelo rompimento da barragem em 2019, a agtech construiu, em parceria com os projetos Superação Brumadinho e NovoAgro, a ponte logística para comercializar os produtos da região com os clientes da sua plataforma. A expectativa é de impactar até 300 pequenos produtores, permitindo um crescimento de até 40% em renda familiar.

“Quando falamos em pequenos agricultores, é importante lembrar que muitos têm dificuldade para ler ou escrever, e não têm familiaridade com a tecnologia. Um dos nossos desafios é encontrar as melhores formas de levar acesso e informação para essas pessoas”, pontua José Miguel.

Segundo o diretor da Clicampo, a estratégia é deixar as ferramentas o mais simples e intuitivas possível. “A tecnologia serve para tomarmos boas decisões, mas a interface e as conversas com os clientes precisam respeitar a cultura e a posição de cada um”, afirma o diretor da empresa, Victor Bernardino. Segundo o executivo, a agtech tem colaboradores em campo para conversar com os clientes e, no caso dos produtores um pouco mais familiarizados com o mundo digital, aposta na comunicação via WhatsApp, com linguagem informal para facilitar o diálogo e as negociações.

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