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Cobli levanta mais R$ 175 mi em série B liderada pela SoftBank para ampliar leque de ofertas na gestão de frotas

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A scale up de rastreamento de frotas Cobli é a mais nova investida da SoftBank. Em uma série B que teve o Latam Fund como líder, a companhia levantou R$ 175 milhões (US$ 35 milhões) para ampliar sua oferta de produtos e preparar terreno para uma expansão internacional. “Nosso foco é o Brasil, mas a visão é de América Latina”, diz Rodrigo Mourad, cofundador e presidente da companhia. Segundo ele, o avanço regional ainda vai levar uns 2 anos para acontecer.

Além da SoftBank, a rodada contou com a chegada da Qualcomm Ventures, o fundo de investimento da fabricante de chips, ao captable. NXTP Ventures, Fifth Wall, Valor Capital e outros fundos que já investiam na logtech acompanharam.

Segundo Rodrigo, a captação aconteceu muito mais rápido que o esperado, levando apenas 3 meses para ser concluída, e veio mesmo com a empresa ainda tendo em caixa recursos da série A, de US$ 10 milhões, feita no fim de 2019. “Preferimos antecipar para acelerar os planos”, diz.

Atualmente a Cobli tem mais de 3 mil clientes de diversos portes e setores espalhados por 150 cidades do país e já acompanhou mais de 1 bilhão de quilômetros dirigidos desde sua fundação, em 2015. De acordo com Rodrigo, são “dezenas de milhares” de veículos sendo monitorados, que rodam de 5 horas a 8 horas por dia, muitas vezes em mais de um turno. A equipe da companhia conta com 200 pessoas e chegará a 500 no fim do ano que vem.

Modelo de negócios

A companhia oferece a empresas um equipamento de rastreamento – desenhado por ela mesma com componentes disponíveis no mercado – que oferece, em tempo real, informações sobre localização, como o veículo está sendo dirigido e dá alertas de manutenção.

O foco são operações urbanas, a telemetria de carros leves usados para entregas, por exemplo, não a prevenção de roubos, como fazem companhias como a Ituran. O modelo de negócios está baseado na oferta do hardware no modelo de comodato e no pagamento de uma mensalidade por carro.

Segundo Rodrigo, só 15% dos veículos comerciais no Brasil são geridos de forma digital e automatizada – a maior parte tem pessoas consultando manualmente diferentes ferramentas, como Google Maps e o WhatsApp. No mundo, o percentual está mais próximo dos 50%. “Invariavelmente o mercado vai adotar esse tipo de tecnologia”, projeta.

Para crescer, a Cobli quer adicionar novos serviços à sua oferta, que significam, novas fontes de receita. Dentre as novidades que ela pretende incorporar ao cardápio estão a possibilidade de contratação de seguros baseados no perfil de condução dos carros, e parceiras com postos de combustíveis para a oferta de preços diferenciados. A companhia também está começando a oferecer como uma opção de equipamento câmeras de vídeo para gravação do que acontece dentro ou fora do veículo. O plano é investir R$ 21 milhões em pesquisa e desenvolvimento em 2021. “Essa é uma linha que só cresce”, brinca Rodrigo.

Fórmula de crescimento

A adição de novas ofertas é um componente importante da estratégia uma vez que, tipicamente, o contrato de um cliente cresce na faixa de 20% ao ano. Isso permite aumentar a receita em duas frentes: pelo crescimento no número de carros atendidos, mas também no tíquete médio de cada um.

E como o assunto é a criação de novas ofertas, a chegada da SoftBank e da Qualcomm como investidores faz todo sentido. “A SoftBank olha muito internet das coisas e inteligência artificial e busca empresas que querem definir suas categorias, fazer a diferença. Então o alinhamento é ótimo. A Qualcomm também está pensando muito na vanguarda do setor”, diz Rodrigo, que até o ano passado era o diretor operacional da Cobli. Em junho/20 ele assumiu a cadeira de presidente da startup e seu sócio, o americano Parker Treacy, além de presidente, passou também a fazer parte do conselho. Parker também é fundador e conselheiro da First Help Financial, que financia a compra de veículos para quem tem restrições de crédito nos EUA.

Segundo Rodrigo, a Cobli cresceu 3 vezes em 2020 impulsionada pelo crescimento do comércio eletrônico e da logística, que ganharam destaque e superaram outros segmentos nos quais a companhia tinha mais entrada e que sofreram mais fortemente com a pandemia, como o turismo. Com a retomada da economia e a perspectiva de crescimento para outras áreas, tudo indica que o ritmo de expansão da logtech será mantido ao longo deste ano e de 2022 também. “O grosso dos clientes já está voltando a uma situação de normalidade e voltando a crescer”, diz.

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