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Uma espécie de “bolão entre amigos” refinado com tecnologia. É assim que a Hit se apresenta e deseja se diferenciar no mercado das sportstech. E para isso, ela conta com um investidor campeão nos gramados: Marcos, lenda do Palmeiras e goleiro campeão do mundo pelo Brasil em 2002.

Contando com outro jogador conhecido dos brasileiros como investidor – o argentino Sorin, ídolo no Cruzeiro – a startup é liderada pelo empresário Thiago Martins Machado, que fundou a Hit no início de 2021, com um investimento-anjo de R$ 3 milhões. A plataforma ficou pronta no final do passado, com um lançamento discreto no início deste ano.

Segundo destaca o fundador, o plano da Hit é conquistar os usuários que desejam se divertir com apostas com futebol, mas dentro de uma perspectiva mais social e saudável.

A plataforma da empresa disponibiliza grupos de apostas públicos, em que os usuários podem dar seus palpites em resultados das rodadas de futebol em diferentes campeonatos, e também dá a opção de criar grupos customizados, convidando amigos para participar.

As ligas variam entre “torneios de tiro curto”, com duração de 3 dias a uma semana, e campeonatos de longa duração, como é o caso do Campeonato Brasileiro, que vai de abril a dezembro.

“Buscamos encontrar um meio termo entre o mundo do sportsbook, dos sites de apostas, com o fantasy sports, de sites como o Cartola”, explica Thiago.

Modelo simplificado

Aliás, a ideia do Hit nasceu de um grupo de amigos de Thiago, da época em que eles brincavam entre amigos na plataforma do Cartola. Um apaixonado por apostas esportivas, Thiago detectou no seu grupo de amigos que, ao longo das rodadas do Campeonato Brasileiro, havia uma queda de engajamento entre os usuários, em função da complexidade do formato.

No chamado fantasy football, é preciso escalar seu time virtual a cada semana, o que pode tornar a brincadeira trabalhosa, na visão dele. A cada rodada é preciso repensar, estudar estatísticas e definir o time que você quer.

“No Hit, as apostas ficam em cima dos palpites dos resultados. É algo que criamos observando o perfil do apostador brasileiro e na América Latina. O que mais engaja é a interação e não tanto as estatísticas”, explica Thiago.

Foi justamente esse foco simplificado e mais social que atraiu Marcos como investidor. Segundo o ex-jogador, a plataforma tem como objetivo atrair um público casual, que deseja brincar entre amigos. “O que mais me chamou atenção é por ser uma plataforma onde as pessoas podem se divertir sem precisar gastar muito dinheiro, realmente sendo um game onde a interação é fácil. Você não precisa ser um especialista em dados para se divertir”, avalia.

Foto de Marcos, sócio da Hit, e Thiago Martins Machado, founder da sportstech - Startups
Marcos, sócio da Hit, e Thiago Martins Machado, founder da sportstech

Um público diferente

Ao falar do modelo tradicional de apostas, de sites como Betfair e Sportingbet, Thiago é enfático em dizer que a Hit traz algo diferente. “Não gosto do modelo de apostar contra a casa, em que o bottom line é sempre o lucro, viciando o usuário”, dispara.

Segundo o empresário, o foco é que o público se divirta, tanto que sua expectativa de ticket semanal investido por usuário fica em torno de R$ 10. Mas daí, para ter receita, a meta é grande: chegar a 2 milhões de usuários até o final de 2022.

“Agora com o Brasileirão, vamos intensificar nossa presença digital para trazer novos usuários, e com a Copa do Mundo no final do ano, acredito que vamos acelerar ainda mais o crescimento da base”, destaca Thiago, que também aponta a chancela de nomes como Marcos e Sorín como um grande diferencial na hora de popularizar sua marca.

Outra estratégia da Hit para crescer sua base são as ligas públicas gratuitas, onde usuários podem participar sem custo, concorrendo a prêmios de R$ 100 a R$ 200. Nas ligas públicas pagas, por exemplo, o ticket de entrada é R$ 10, com prêmios de até 6 mil.

Para as ligas criadas por usuários, o modelo de monetização da Hit é pela cobrança de comissão sobre o “pool de apostas”, o montante de dinheiro que é colocado no bolão. Conforme explica o founder, o percentual varia de 5% a 25%, dependendo do tamanho do grupo.

Jogo acirrado

O Brasil está aquecido para o jogo das sportstech. Às vésperas de uma mudança regulatória em favor da jogatina digital, sites de apostas estão intensificando sua presença e sua visibilidade junto a público.

Segundo o site Marketing Esportivo, os valores movimentados por este segmento tipo no Brasil saltaram de R$ 2 bilhões em 2018 para R$ 7 bilhões em 2020, com potencial de chegar a R$ 10 bilhões até 2023. Deste montante, futebol representa 70% do foco dos apostadores.

No lado do fantasy sports, o Cartola deixou de ser apenas uma página de diversão dentro do portal da Globo e virou um serviço completo, com tiers de assinatura e prêmios para usuários.

Outro concorrente no fantasy é o Rei do Pitaco. A startup recebeu em janeiro um investimento de R$ 180 milhões, em rodada liderada pela D1 Capital Partners e co-liderada pelos fundos Kaszek, Bullpen Capital e Left Lane, a rodada também teve participação dos parceiros da DST Global – Tom Stafford e Nick Brito – e da Globo Ventures.

Criado em 2019, o Rei do Pitaco teve um crescimento de 600% em 2021 e está investindo pesado em publicidade, contratando influencers para a divulgação da marca e promovendo generosos prêmios em dinheiro aos apostadores.

Nesse jogo, tem até espaço para quem quer ensinar a apostar melhor. Fundada pelo administrador Juliano Fontes – uma espécie de Nate Silver brasileiro – e pelo empresário Marcel Szajubok, ex-presidente da Jeunesse no Brasil, a Appost foca na educação para apostadores, dando dicas de resultados e tutoriais para quem deseja apostar com mais conhecimento. Avaliada em R$ 3 milhões, a Appost conta com outro sócio conhecido dos fãs de esporte: o jornalista esportivo Benjamin Back, o Benja, conhecido por seu trabalho no SBT e na Fox Sports.

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