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Com demanda na pandemia, receita do iFood sobe 234% de março a setembro – e fica perto do Magalu

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A demanda por entrega de comida em meio à pandemia deu um impulso no desempenho do iFood e fez o aplicativo passar B2W e Via Varejo e se aproximar do Magalu em termos de volume total transacionado (GMV).

No período de março a setembro, a receita do iFood subiu 234% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o balanço da Prosus publicado na segunda-feira. O avanço foi impulsionado por um aumento de 111% no volume de pedidos na mesma comparação.

O número de restaurantes cadastrados passou de 160 mil em março para 258 mil em setembro, um salto de 61%. Os 98 mil estabelecimentos adicionados equivalem a 96% do que a companhia colocou para dentro em 10 anos de vida.

“Esse crescimento se traduziu em uma melhoria de quase US$ 100 milhões na rentabilidade, puxado forte e continuado crescimento no número de pedidos, um marketing mais efetivo e mais eficiência nas entregas”, disse Bob van Dijk, presidente da Prosus (e de sua controladora, a Naspers), em teleconferência com analistas. Segundo van Dijk, o aplicativo tem feito 44 milhões de entregas por mês. No fim de setembro, a Prosus tinha uma participação de 92% na Movile, que por sua vez tem 67% do iFood. A operação de entrega de comida do grupo ainda conta com fatias de 21% no alemão Delivery Hero e de 40% no indiano Swiggy.

Se liga, Magalu!

No começo de outubro a companhia anunciou ter chegado, na verdade, à marca de 44,6 milhões de entregas mensais, um crescimento de 50% em relação a março. Levando em consideração esse ritmo de expansão, o número pode estar perto de 50 milhões atualmente.

O aplicativo, está presente em mais de 1,1 mil cidades brasileiras, mas ainda tem um grande uso entre classes mais altas, o que faz com que seu tíquete médio seja elevado.

Considerando um valor médio de R$ 50 de uma pizza (que também é o produto mais pedido no aplicativo), o giro mensal total (GMV) do iFood fica na faixa de R$ 2,25 bilhões até setembro. A comissão média fica na faixa de 15%.

Olhando o mercado de comércio eletrônico brasileiro como um todo, o montante deixa iFood colado do Magalu em termos de GMV. No trimestre encerrado em setembro, a varejista chegou a um total de R$ 8,2 bilhões em sua operação on-line (de R$ 12,3 bilhões somando o varejo físico), o que dá cerca de R$ 2,7 bilhões por mês. Na mesma base de comparação, B2W e Via Varejo tiveram GMV de R$ 2,4 bilhões e R$ 1,4 bilhão, respectivamente. O Mercado Livre é o líder isolado, com mais de R$ 5 bilhões mensais de GMV.

Perspectivas futuras

Em termos de crescimento, o iFood ainda tem espaço a explorar na penetração da entrega e na frequência dos pedidos de comida. Mas ao mesmo tempo, tem investido também na diversificação de seu portfólio.

Em setembro, a companhia comprou o SiteMercado, adicionando as compras de mercado às opções disponíveis no aplicativo. As farmácias também estão sendo adicionadas.

Outras duas frentes de crescimento foram apresentadas nos últimos meses. Uma é a estratégia de ser o banco do restaurante, oferecendo cartão de crédito e uma conta digital para os estabelecimentos. Em outro esforço, a companhia está investindo no segmento corporativo com seu vale refeição, o iFood Refeição.

Claro que nem tudo são flores. A insatisfação de entregadores e de restaurantes com as políticas da companhia volta e meia vêm à tona com movimentos como o #BrequedosApps, no meio do ano, e tentativas de criar alternativas para deixar de depender dele.

Também não dá pra saber como vai ficar a demanda depois que as medidas de isolamento forem suspensas. Isso sem contar com o acirramento da concorrência, que vem de nomes conhecidos, como o Rappi, mas também de “novatos” no segmento. Em setembro, o Magalu comprou o aplicativo de entrega de comida AiQFome, com presença em 350 cidades – e potencial para expandir rapidamente com a capacidade de investimento da varejista.

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