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A fintech Transfeera encontrou no Pix o seu principal motor de crescimento. Depois de “abraçar” o novo modelo de transferência, a startup catarinense dobrou seu faturamento em 2021, e já começou 2022 com um ritmo de crescimento superior ao 1º trimestre do ano passado.

A empresa tem o objetivo de novamente dobrar seu faturamento até o final deste ano, e segundo dados divulgados em exclusividade ao Startups, parece estar no caminho.

Entre janeiro e março, ela teve receita de R$ 3,1 milhões, 82% a mais que o mesmo período em 2021. Só para ter uma comparação, em 2021 inteiro a Transfeera teve uma receita de R$ 9,5 milhões.

Em termos de valores movimentados, ela passou do R$ 1,7 bilhão no trimestre, crescendo 250% em relação ao mesmo período de 2021. No montante de operações da plataforma da empresa, o crescimento foi de 144%.

Para Fernando Nunes, cofounder e CMO da empresa, o ano começou trazendo marcas inéditas: em março, a empresa chegou a R$ 1 bilhão em valores transacionados na sua plataforma. E para crescer mais, a empresa já está pensando em próximos passos – e isso inclui uma possível ida ao mercado para uma rodada série A.

100% Pix

Para Nunes, a guinada da Transfeera em ser uma plataforma totalmente baseada no Pix para solucionar os desafios de pagamento para clientes corporativos foi um divisor de águas.

A fintech fundada em 2017 em Joinville por Fernando, Guilherme Verdasca e Rafael Negherbon, adaptou a sua missão à tecnologia disponibilizada pelo Banco Central.

A missão? Cortar ao máximo as tarifas envolvidas em transferências de valores – tanto que na camiseta com o logo da fintech, o “Fee” (tarifa em inglês) é categoricamente riscado.

“Nosso foco é entregar rapidez, economia e simplicidade para que empresas possam pagar ou receber, e com o Pix encontramos uma forma de fazer isso com eficiência e maior disponibilidade. Hoje trabalhamos 100% com o Pix, estamos ‘all in'”, enfatizou Nunes em entrevista ao Startups, falando das vantagens deste formato em relação a tradicionais modelos de transferência, como o TED, por exemplo.

Com a postura especializada em Pix, a empresa saltou de 192 clientes para 386 em 2021, contando com nomes como iFood, Vakinha, Serasa, Santander e Enjoei na sua carteira.

Mas conforme destaca Fernando, os usos da tecnologia da empresa vão além de negócios buscando um gateway de pagamento via Pix – alguns clientes contam com a fintech para suas operações de folha de pagamento, por exemplo.

“Investimos muito para entregar uma plataforma segura e confiável, e inclusive criamos uma solução própria de validação de dados bancários e redução de erros. Estamos trazendo recursos do universo bancário para o modelo simples e rápido do Pix”, explica Fernando.

Fernando Nunes, Guilherme Verdasca e Rafael Negherbon, fundadores da Transfeera. Imagem: Leoh Julio/divulgação

O que vem por aí

Além do plano de acelerar com a adoção do Pix como solução de pagamento junto a novos clientes, a Transfeera já está de olho em futuras mudanças que podem impactar o mercado das fintechs.

O Open Banking, sistema em que usuários poderão ter suas informações bancárias em diferentes plataformas, sem precisar ficar atrelado ao app ou conta de uma única instituição, é uma delas.

“O Open Banking ainda vive uma fase mais conceitual, com poucas aplicações práticas, mas estamos observando e estudando as possibilidades de uso”, avalia o CMO da fintech.

Além disso, a fintech está em fase final de liberação junto ao Banco Central a sua autorização para se tornar uma oficialmente uma instituição financeira. Com isso, a Transfeera terá seu código junto ao BC, podendo operar o Pix diretamente com ele, sem a necessidade de uma instituição parceira para intermediar as transações.

“Para os nossos clientes, isso pode não mudar muita coisa, pois nossa tecnologia de pagamento permanece a mesma. Porém, isso trará mais controle, segurança e transparência para nossa plataforma, em todas as suas etapas, sem depender de terceiros”, explica o CMO.

Seja para crescer com seus atuais serviços, ou desenvolver novas soluções, a empresa tem nos seus planos uma captação em rodada série A. Nunes adiantou que os sócios já sentaram à mesa com fundos e possíveis investidores, mas preferiu não cravar uma data.

Em 2020 a fintech recebeu aporte de R$3 milhões, liderado pela Goodz Capital, com a participação da Bossa Nova, Honey Island e Curitiba Angels.

Contudo, em relação aos planos a curto e médio prazo para a Transfeera, Fernando tem a resposta na ponta da língua.

“O Pix está bastante popularizado no peer-to-peer, mas no B2B, que é o nosso foco, ainda existe um grande potencial a explorar, especialmente em verticais como o varejo físico e online. Nosso objetivo é estar cada vez melhor posicionados”, finaliza.

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