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Com investimento de US$ 1 milhão, The Bridge chega aos Estados Unidos

A startup quer se posicionar como uma grande HRtech de recrutamento e outsourcing, com a formação de squad e times ágeis globais

Com investimento de US$ 1 milhão, The Bridge chega aos Estados Unidos

O mercado de recrutamento está aquecido. E, mais ainda, quando o assunto é a busca por talentos de tecnologia. Para apoiar as empresas nesse processo, a The Bridge, rede global para profissionais de tech e serviços digitais, acaba de inaugurar seu primeiro escritório nos Estados Unidos, com um investimento inicial de US$ 1 milhão.

Como o próprio nome já diz, o trabalho da startup é fazer a ponte entre talentos e empresas de todos os portes e nacionalidades, auxiliando as corporações no recrutamento, outsourcing e criação de equipes ágeis para tocar os negócios. “Estamos aqui para apoiar a transformação digital das companhias, por meio da seleção dos melhores talentos”, diz Irina Bezzan, diretora de operações da startup no Brasil. 

Criada em 2017 pelo anglo-brasileiro Bernardo Carvalho Wertheim, a startup tem mais de 180 vagas abertas e 230 mil pessoas cadastradas em seu banco de dados. Diariamente, elas são conectadas a empresas como Uber, Itaú, BTG, Accenture e Carrefour. Depois de abrir escritórios na Colômbia, México, Chile e Brasil, a companhia acaba de chegar ao solo norte-americano, com a abertura de um escritório em Miami – cidade que está se tornando um polo de tecnologia em contraponto ao Vale do Silício.

“Miami é uma região com muitas empresas de tecnologia”, aponta Irina. E tem mesmo. Amazon, Google e Spotify são apenas algumas das gigantes com escritórios por lá. “Além disso, tem muitos brasileiros e latinoamericanos, familiarizados não só com o inglês, mas também com o português e espanhol”, completa.

Como vai funcionar

Os negócios serão comandados pelo time da The Bridge no Brasil, dirigido pela própria Irina. Segundo a executiva, a equipe nacional destaca-se pela expertise técnica e tecnológica e habilidades linguísticas para o inglês e espanhol. Lançada em 2018, a operação no Brasil já é considerada a mais rentável da startup. A estratégia é aproveitar a experiência do time para acelerar os negócios fora do país.

Em 2022, a empresa pretende aumentar a equipe dedicada à operação norte-americana. Para isso, vai contratar novos profissionais, localizados dentro ou fora dos Estados Unidos. “Um dos diferenciais da The Bridge é que já nascemos com o trabalho remoto. Para as empresas parceiras e para nosso time interno, temos uma série de oportunidades locais e internacionais” explica Irina. “Existe um movimento muito forte nos Estados Unidos, buscando profissionais latinoamericanos, principalmente do Brasil, mas que não necessariamente estejam localizados nos EUA. Vamos acompanhar esse movimento.”

Sem dar muitos detalhes, Irina adiantou que depois de consolidar a operação em Miami, a previsão é abrir pelo menos mais 4 escritórios nos Estados Unidos em 2022. A Europa também já está no alvo da startup, com uma expansão prevista para 2023, puxada por Portugal.

A expansão acontece em um momento de forte demanda por talentos de tecnologia. Afinal, esses profissionais tornam-se imprescindíveis para acelerar a mudança para o digital, o aumento das vendas online e a criação de novas plataformas. Apenas no Brasil, serão necessários cerca de 420 mil novos profissionais de TI até 2024, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação.

Diferenciais

“Acertamos o nicho de atuação”, considera Irina. “A pandemia reforçou ainda mais a necessidade de especialistas em tecnologia. Já estávamos surfando numa onda que ficou ainda maior no último ano.” Os números confirmam: a startup, que faturou cerca de R$ 14 milhões no ano passado, espera fechar 2021 com pelo menos R$ 20 milhões no caixa.

O serviço é gratuito para os candidatos. Basta cadastrar o currículo, buscar uma vaga freelance ou permanente e descobrir oportunidades na América Latina e no resto do mundo. Para Irina, o diferencial está na inovação. A startup usa tecnologia para analisar o perfil, a capacidade técnica e comportamental. Depois, faz um match do candidato com as vagas disponíveis, encontrando o candidato ideal para cada oportunidade.

“Quando se trabalha com talentos, é importante pensar que muitas pessoas estão desempregadas ou buscando recolocação no mercado. Então optamos por não cobrar dos candidatos, apenas das empresas que buscam ajuda nos processos de recrutamento”, explica Irina.

Para as companhias, a The Bridge cuida do recrutamento, contratos, administração, folha de pagamento e integração da equipe. Ainda vai além: ajuda as empresas a montar um squad – que nada mais é do que um time ágil – com talentos de design (UX, UI, product, service, strategist, research, writing), desenvolvimento (product owner, scrum master, coach), dados (cientistas e engenheiros) e marketing digital.

“Muitas HRTechs ficam só no recrutamento e seleção. Mas nós damos o apoio administrativo, que é a maior dor de cabeça das empresas”, diz a executiva. A sacada veio de dentro para fora: além de proporcionar a transformação digital dos clientes, a própria The Bridge está trabalhando para isso no time interno. “Compartilhamos muitas das dores dos clientes. Assim como nós, eles querem otimizar plataformas, criar mecanismos para tornar as receitas mais previsíveis, escalar os negócios e vencer o desafio da agilidade de entrega.”

A diversidade também está no centro. A plataforma oferece vagas específicas para grupos sub-representados na tecnologia, com um foco grande para as mulheres em posição de gestão, pessoas negras e estrangeiros. Para incentivar a inclusão do time interno, a startup lançou a Bridge Academy, com programas, eventos e webinars de formação para aumentar a capacitação desses grupos.