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Menos de 1 ano depois de receber R$ 15 milhões para começar a desenvolver sua oferta de seguro que premia os bons motoristas, a insrutech Justos fechou uma nova captação bem mais significativa: US$ 35,8 milhões – ou perto de R$ 200 milhões. Um baita cheque para uma companhia que está em fase pré-operacional.

O aporte foi liderado pela Ribbit e ainda contou com a chegada da SoftBank e da GGV. Também participaram investidores da rodada anterior como Kaszek, BigBets, David Vélez (Nubank) e Carlos Garcia Otatti (Kavak).

“Queríamos ter a Ribbit desde sempre. Somos fãs dos caras. E recebemos uma proposta da SoftBank, o que vai ser importante porque estamos entrando em um negócio intensivo em capital e o suporte que eles podem nos dar muda o jogo completamente”, explica o indiano Dhaval Chadha, cofundador da Justos, junto com o mexicano Jorge Soto Moreno e o espanhol Antonio Molins.

Na semana passada, ele e toda a equipe da startup, que soma 30 pessoas, estavam em Paraty (RJ) para se encontrarem presencialmente pela 1ª vez. Nos próximos meses, pelo menos mais 30 desenvolvedores se juntarão à equipe. Até o fim do ano que vem a Justos chegará a 200 pessoas, estima Dhaval.  

Os fundadores: Dhaval Chadha (à esq.), Jorge Soto Moreno e Antonio Molins

Próximo do lançamento

Segundo ele, o lançamento do seguro acontecerá até o fim do ano. Desde maio, quando a companhia colocou no ar seu site e tornou pública a rodada que tinha feito em novembro/20, a Justos montou uma lista de espera de 12 mil pessoas em São Paulo. Para Dhaval, isso validou a tese inicial. “O preço é o que faz a maior diferença na escolha da seguradora para a maior parte do mercado. As pessoas querem pagar o mínimo possível. Os testes comprovaram essa aderência de preço”, diz.

A proposta da Justos é ter preços 30% mais baixo nas apólices usando como critério de julgamento o desempenho de quem dirige: quem dirige melhor, ganha mais desconto. A análise é feita pela telemetria do aplicativo instalado no celular de quem usa o seguro.

A liberação para contratar o seguro será feita primeiro para uma lista VIP que está testando o aplicativo e tem conseguido notas boas na forma como dirige. Neste período de testes e ajustes no sistema de telemetria da Justos, dependendo do desempenho, a pessoa pode, inclusive, receber descontos no seguro. Um grupo de 25 pessoas (já selecionadas) vai usar a Justos de graça por 3 anos.   

Segundo Dhaval, depois do lançamento oficial, quem quiser poderá fazer a contratação direta do seguro. Mas essa mecânica gamificada de degustação será mantida.

Cenário macroeconômico

A tese da Justos se baseia na premissa de baixa penetração do uso de seguros no Brasil. Só 30% da frota está segurada. Mas em um momento de incertezas econômicas e volatilidade política mais acentuadas que o normal, a avaliação continua se sustentando?

Para Dhaval, a resposta é sim (também, duvido que ele iria falar outra coisa!). “Produtos mais econômicos tendem a se dar bem em momento de dinheiro curto. Quando estava na ClassPass, a gente via muita gente cancelando a academia para comprar um passe. E a Justos é um produto focado em redução de preço e melhora da experiência. Acho que será algo nessa linha”, avalia.

Além dos carros

O seguro de automóvel foi a 1ª categoria de produto lançado pela Justos. Mas não deve ser a única. Segundo Dhaval, a ideia é ter opções nas áreas residencial e de vida. Mas a entrada em novos segmentos será feita “no momento correto”.

A insurtech atualmente trabalha no modelo de barriga de aluguel com a Excelsior Seguros, mas deu entrada no sandbox regulatório da Susep para ganhar ter mais opções de atuação. A resposta do regulador ainda é aguardada. A 1ª insurtech aprovada no programa de flexibilização de regras foi a Pier.

ATUALIZAÇÃO: A Susep soltou na tarde de hoje uma lista com 21 projetos selecionados para o sandbox regulatório e a Justos foi uma das selecionadas

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