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Com US$ 2,49 bi, aportes em startups brasileiras entre janeiro e outubro de 2020 superam o acumulado de 2019

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As startups brasileiras levantaram um total de US$ 2,49 bilhões no acumulado de janeiro a outubro de 2020. O total representa 84% do que foi investido em 2019 como um todo e supera em 3% o que as companhias receberam nos 10 meses do ano passado – mantendo a tendência de crescimento anual dos investimentos registrada nos últimos anos.

Com isso, ao contrário do que se imaginava com a chegada da pandemia em março, 2020 caminha para se tornar o ano de maior movimentação no mercado, superando os US$ 2,95 bilhões de 2019, segundo dados do Inside Venture Capital Brasil, do Distrito, antecipados ao Startups.

VC em 2020

Shake it off   

Entre janeiro e outubro foram registradas 388 operações, 76 a mais que no mesmo período do ano passado e quase o mesmo total de 2019 inteiro (390).

Só em outubro, foram 49 negócios que somaram US$ 221 milhões, ou 258% a mais que um ano atrás, e 52% acima de outubro de 2017, até então o melhor outubro da história. O desempenho do mês em 2020 foi puxado por operações como o aporte de US$ 100 milhões recebido pela Take (que representou 45% do total no mês) e os US$ 15 milhões da Sami.

No ano, o destaque vai para as rodadas de Nubank e Neon, que somaram US$ 600 milhões. As fintechs, aliás, se mantém na dianteira como as empresas que mais captaram recursos – tanto em dinheiro quanto em número de negócios: mais de US$ 1 bilhão em 70 operações. Em valores, é quase quatro vezes mais que o segmento de tecnologia para o varejo, que captou US$ 274 milhões. Em número de negócios foi mais que o dobro dos 32 registrados no segmento de varejo.

As aquisições de startups também estão em alta. De janeiro a outubro, foram 118 operações, total que é quase o dobro das 63 realizadas em 2019. Só em outubro, foram 18 negócios. As adtechs e fintechs são as que mais atraíram interesse, com 17 e 16 startups adquiridas, respectivamente.

Contrariando expectativas   

Contrariando a expectativa de que as rodadas em empresas mais maduras teriam queda porque fundos estrangeiros iriam perder o apetite pelo Brasil, as séries B e C foram as que registraram maior volume de recursos investidos em 2020, somando quase US$ 1,5 bilhão. Contando as rodadas e série A até private equity, foram 98% dos recursos acumulados no ano, com 46 operações.

Na avaliação de Eduardo Fuentes, analista de investimentos do Distrito, o movimento era esperado e representa uma maturidade do ecossistema. “Em março tudo parecia meio nebuloso por conta do começo da crise. Agora com a poeira abaixando nós temos visto vários negócios grandes sendo realizados”, avalia.

Uma boa parte desses recursos foi aplicada por investidores redobrando apostas em empresas em que já tinham colocado recursos (como a SoftBank na rodada que elevou a VTEX ao status de unicórnio), mas também foram registradas novas apostas, como Tiger Global e Lone Pine Capital entrando na VTEX e a entrada da Vulcan Capital na Wildlife Studios.

As gestoras mais ativas no ano são a Bossa Nova, com 26 negócios, e a Canary, com 22.

Live para discutir os números

Para discutir os números de 2020 e as expectativas para o mercado de 2021 em diante, o Startups chamou Fuentes, do Distrito, e Renato Ramalho, da KPTL. A conversa vai acontecer a partir das 18h e será transmitida pelo canal do Startups no YouTube. Para confirmar sua participação, é só acessar a página do evento:

Startups Live: O atual cenário do mercado de venture capital no Brasil

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