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Com voos de tíquete médio mais alto, Flapper aumenta receita e chega a break even (momentaneamente)

Flapper
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A pandemia atingiu o setor aéreo de formas distintas. Do lado da aviação comercial, houve um estrago. Com as medidas de isolamento social, restrições de viagens e o temor das pessoas, a demanda caiu a praticamente zero e vem se recuperando lentamente.

O movimento acabou gerando um aumento na demanda pelo uso de aeronaves privadas, alugadas por empresas para transporte de executivos e cargas, ou para voos de repatriação e transporte de produtos médicos.

O impulso na aviação executiva no período foi sentido pela Flapper, serviço de fretamento de voos criada em 2016 por Paul Malicki – que foi diretor de marketing da Easy Taxi – e por Arthur Virzin, Iago Senefonte e William Oliveira. No segundo trimestre, a companhia apresentou um crescimento de receita de cerca de 200%, chegando a R$ 5 milhões. Só em junho, foram R$ 2 milhões. O desempenhou colocou a companhia em break even – até com um pequeno lucro, de R$ 60 mil no mês. Segundo Malicki, a meta original era atingir a rentabilidade apenas em 2021.

O avanço em meio à pandemia se deu por conta do maior tíquete médio das viagens feitas por empresas e no transporte de cargas: R$ 71 mil para voos fretados, contra R$ 4,2 mil dos passageiros de voos compartilhados.

Os voos de carga e médicos faziam parte dos planos da Flapper, mas ainda não tinham recebido atenção porque exigem um posicionamento de marca e uma estrutura de atuação diferente da venda para pessoas físicas, diz Malicki. Segundo ele, a meta é manter essa linha de negócio em paralelo com o atendimento a pessoas físicas para que a companhia continue com um nível de receita na casa de R$ 2 milhões por mês. “Só falta tecnologia para isso”, diz. Em julho e agosto o desempenho foi inferior ao de junho por conta da menor demanda na aviação de negócios, mas setembro “está bombando”.

Lucrativo para sempre?

Em relação à lucratividade, a ideia não é permanecer desta forma, por enquanto. “É um marco importante para uma startup de 4 anos. Provamos aos investidores que dá pra ser feito. Mas vamos continuar investindo na expansão”, diz. Segundo ele, o plano, inclusive, é fechar uma nova rodada de investimento para acelerar o processo de expansão internacional iniciado antes da pandemia.

O site da companhia já está em espanhol e já é possível programar um voo a partir de outros países da América Latina. Na mira está a abertura de operações no México, na Colômbia, no Chile e na Argentina. No momento, a Flapper busca 10 pessoas para ampliar sua equipe – atualmente de 20 pessoas –, já de olho nesse avanço regional. A frota cadastrada tem 450 aeronaves – cerca de um terço das 1,5 mil aeronaves distribuídas entre 400 operadores certificados em operação na América Latina. “Diferentemente da Easy Taxi, que todo mundo odiava, os operadores de aeronaves nos enxergam como uma oportunidade e querem trabalhar com a gente”, diz Malicki.

O processo de captação da nova rodada está em andamento e já tem atraiu o interesse de investidores nacionais, segundo Malicki. Há conversas também com nomes estrangeiros. Ele não revela quem nem o valor que está sendo buscado. A Flapper tem como investidores a ACE e o fundo Aerotec, da gestora mineira Confrapar.

Novo serviço

Até o fim do ano a companhia pretende lançar uma nova modalidade de serviço, o Flapper Pool. Com ele, os usuários vão poder cadastrar as viagens que pretendem fazer e o quanto pretendem pagar. Os operadores das aeronaves então vão poder aceitar as “corridas”. De acordo com Malicki isso vai permitir que a companhia chegue mais perto do objetivo inicial de tornar a aviação executiva mais acessível. A meta é fazer o mercado passar de 300 mil  usuários para um milhão nos próximos cinco anos.

Na avaliação do executivo, um fator que vai estimular o mercado são as novas regras adotadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). A autorização de venda de assentos pelas empresas de táxi-aéreo formaliza a atividade e tira a insegurança jurídica, ao mesmo tempo em que abre oportunidade para empresas como a Flapper, que ajudam a gerar demanda para os operadores.

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