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*A cobertura especial do Startups no Gramado Summit tem apoio da Sólides.

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Cuidado com o hype e a modinha que você consome. Foi com esse recado que Diogo Roberte, cofundador do PicPay, iniciou sua apresentação no último dia do Gramado Summit 2023, evento de inovação que promete reunir 10 mil pessoas na serra gaúcha com conteúdos sobre inovação, negócios e empreendedorismo.

“No ano passado falava-se muito em metaverso. Esse ano, em inteligência artificial. Cuidado para não gastar energia só porque é um hype e você quer seguir a modinha. Tecnologia é um meio, não fim. Se ficar grudado nela, será ultrapassado”, disparou o executivo. Ele também atentou que, no mundo dos negócios, tudo muda a todo momento, e é importante ter flexibilidade e habilidade de se adaptar para acompanhar essas transformações.

Diogo logo soltou um questionamento para a plateia: o que será que vai quebrar as big techs? Ele explica que, normalmente, empresas funcionam com uma mesma estrutura: começa com o founder, que contrata uma equipe e atrai um investidor, depois constrói a estrutura formal com diretores, seguindo para os heads e desenvolvedores, que constroem o produto a ser entregue ao usuário final.

“Há muitas camadas. Deveríamos adotar algo mais simples e fácil”, pontua Diogo, que começou a estudar e pesquisar sobre finanças descentralizadas para entender o poder do blockchain neste processo. “É possível ter uma empresa com uma estrutura apenas desenvolvedores > produtos > ser humano? Não só é possível, como já tem acontecido”, diz o executivo.

Como vantagens do blockchain, o cofundador do PicPay cita que com essa tecnologia não é necessário ter um ser humano validando os processos e que o modelo é muito mais simples, barato e acessível para todas as pontas. Ele cita algumas estruturas que já utilizam blockchain, como a moeda bitcoin e a Uniswapp, uma espécie de corretora descentralizada. “As regras do mundo corporativo não são tão claras e transparentes, e o sistema acaba sendo muito vulnerável quando se baseia em homens. No modelo descentralizado, é muito mais transparente e depende do trabalho da comunidade”, acrescenta Diogo.

Diogo Roberte, cofundador do PicPay
Diogo Roberte, cofundador do PicPay (Crédito: Lucas Strey)

O avanço da inteligência artificial

Enquanto o Facebook e o Instagram levaram, respectivamente, 10 e 2 meses e meio para chegar a 1 milhão de usuários, o ChatGPT atingiu o feito em apenas 5 dias, aponta Diogo. Ele reforça que o mundo está avançando em velocidades cada vez mais impressionantes, e que quanto maior a base de dados e volume de informações, maior a chance de ajudar pessoas, reduzir custos e aumentar o acesso a informações importantes.

“Precisamos entender a estrutura da IA. Suas camadas de leitura e fundação de dados. O ChatGPT trabalha com probabilidades. Quando o usuário pergunta algo, o bot acessa na base de dados qual a probabilidade de dar uma resposta, e pode ser que erre. A grande questão é saber como fazer e formular as perguntas para ter uma maior precisão”, explica. Segundo Diogo, se os indivíduos não tiverem o pensamento crítico, raciocínio e conhecimento para entender algo, dificilmente vão conseguir gerar uma IA de qualidade.

Além da inteligência artificial, outra estrutura potencial para transformar os modelos de empresas e startups é a DAO (Organização autônoma descentralizada, da sigla em inglês). “Ela nada mais é do que um conjunto de pessoas formando uma entidade destinada a realizar uma tarefa. Um modelo cada vez menos empresa e mais comunidade”, explica Diogo.

Para exemplificar as vantagens desse modelo, ele cita o caso Americanas. “Uma crise causada por decisões de humanos, com falta de transparência. Já a DAO é autônoma, sem a necessidade de interação humana para acontecer, pois é comandada por contratos inteligentes e não depende de ninguém para a tomada de decisão.

Como vantagem do modelo em comunidade, ele cita a não dependência de intermediários. “A chave da descentralização está na natureza, que é descentralizada, distribui valor e está colaborando entre ela. Junto a ela, é importante olharmos para os povos originários, com aprendizados sobre como vivem em comunidade, cuidam do meio ambiente e interagem com o ecossistema ao seu redor”, finaliza Diogo.

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