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Company Hero “digitaliza o CEP” para empresas brasileiras e começa a olhar expansão internacional (e você pode ser sócio a partir de R$ 5 mil)   

Company Hero
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Quando voltaram ao Brasil em 2018 depois de uma temporada na Singularity University, o húngaro Miklos Grof e o chileno Diego Izquierdo decidiram pivotar o negócio de coworking que tinha deixado em operação no Brasil dois anos antes como uma fonte de renda.

“É um negócio de imóvel. Está bem atendido já e não tem onde a tecnologia somar. É legal, mas não era o nosso propósito”, conta Grof. Ouvindo muitas pessoas perguntando se poderiam usar os espaços não só como escritório comercial, mas como endereço fiscal de suas operações (para fins tributários e legais), eles perceberam que o caminho seria partir para um modelo de ajudar empresas a simplificarem o seu dia a dia – do escritório, passando por apoio jurídico, marketing digital e chegando até na conta e cartão digital (em breve). Um prato cheio já que o que não falta no Brasil é burocracia para quem quer empreender. “Digitalizamos o CEP”, brinca Grof.

A Company Hero é a segunda empreitada dele e de Izquierdo juntos. Em 2012 eles tinham fundado a Fundacity, uma plataforma de conexão entre investidores e startups semelhante ao AngelList. O site foi comprado pela Gust em 2015 e os dois concluíram o earn out em 2017.

O negócio

O modelo de negócios é semelhante ao da americana ZenBusiness – que em novembro/20 levantou uma rodada de série B de US$ 55 milhões. Entre seus principais concorrentes estão Gowork e Regus. O WeWork não oferece o modelo de endereço fiscal nem outros serviços adicionais ao espaço físico.

Com a mudança de posicionamento – e de marca, de Campus Inc., para Company Hero o negócio acelerou. Em 2020, a receita ficou perto de R$ 5 milhões, mais de três vezes o desempenho do ano anterior, com 4 mil clientes ativos.

Para 2021, a projeção é mais que dobrar novamente, se aproximando de R$ 11 milhões, com lucro líquido de R$ 758 mil (margem líquida de 7%). Olhando mais à frente, a expectativa é chegar a quase R$ 87 milhões em 2025, com lucro de R$ 14 milhões (margem líquida de 16,5%).

Para colocar o plano em prática, a companhia está com uma campanha de equity crowdfunding na plataforma Beegin (do grupo Solum). A ideia é levantar até R$ 3 milhões – com R$ 2,4 milhões como valor mínimo – a um valuation de R$ 36 milhões. No ar desde o dia 15 de dezembro, a rodada tem 12,6% do valor reservado. O investimento a partir de R$ 5 mil pode ser feito até dia 15 de março. Essa é a quarta captação da história da empresa, que já levantou perto de R$ 2,5 milhão entre investimentos e venture debt.

Por que crowdfunding / Use of proceeds

A opção pelo crowdfunding segundo ele, foi por uma questão de marketing. “O investidor é um consumidor também, são empresários, advogados, pessoas que montam empresas. São sócios e vão ajudar a evangelizar”, diz Grof. Segundo ele, o processo de due diligence foi bastante rigoroso e garantiu que o valor do ativo está avaliado no preço certo, e não sendo vendido caro como muita gente acredita que acontece em campanhas de crowdfunding.

De acordo com Grof, a captação tem dois objetivos. O primeiro é a contratação de mais desenvolvedores e a ampliação da equipe comercial. “Queremos melhorar a experiência do usuário, que as pessoas façam as coisas mais rápido. Hoje já dá pra alugar um endereço em 3 minutos em qualquer um dos locais que temos no Brasil”, diz. Segundo ele, a companhia tem desenvolvido uma série de integrações com órgãos públicos para facilitar as diferentes etapas dos processo de abertura e gestão da empresa.

Atualmente a empresa tem 15 endereços disponíveis em São Paulo, Porto Alegre, Goiânia, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e no Rio. A operação no Nordeste está sendo iniciada agora e o objetivo é estar nos principais polos do país em um prazo de 3 a 6 meses. “A abertura de cada unidade é muito estratégica, O processo de ver se o endereço é viável para todos os CNAEs [Classificação Nacional de Atividades Econômicas]. A gente firma contratos de locação de longo prazo para garantir que o endereço estará disponível”, diz Grof.

A segunda vertente é preparar terreno para falar em um processo de internacionalização a partir de 2022. “Desejamos ser uma empresa global. No 2º semestre faremos uma decisão para entender qual região iremos primeiro pois temos dúvida se deveríamos priorizar América Latina ou os Estados Unidos primeiro”, diz.

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