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* Renato Pezzotti, especial para o Startups

Repensar, reinventar e remodelar. Estes são os principais objetivos da Resale, startup que digitaliza a compra e venda de imóveis ‘retomados’ –àqueles que voltam ao mercado provenientes de ações de instituições financeiras, empresas ou governos.

Fundada em 2015, a proptech atua como um outlet de imóveis e aposta na agilidade na venda de propriedades para contribuir com a “economia circular” do mercado.

A operação da Resale atua em toda a cadeia da venda: pesquisa, compra, escrituração e registro dos imóveis. Atualmente, sua base de ativos tem aproximadamente 9 mil imóveis, de 865 municípios espalhados pelo Brasil. Santander, Banco do Brasil, Porto Seguro, Consórcio Embracon e EMGEA (Empresa Gestora de Ativos do Governo) estão entre os clientes atuais da startup.

De acordo com Marcelo Prata, CEO da Resale, a empresa nasceu quando ele e o sócio Paulo Nascimento perceberam uma oportunidade de negócios na venda dos imóveis retomados pelos bancos – tradicionalmente, essas propriedades eram somente vendidas em leilões, o que limitava o acesso ao público menos habituado a esse tipo de compra.

“Vamos além da compra e venda. Ao retornar com os ativos que estavam parados no estoque das instituições financeiras ou do governo, movimentamos a economia local com pequenas reformas, com os imóveis que podem ser alugados,” diz o executivo.

Marcelo ressalta que a abordagem da startup ajuda a mitigar o déficit habitacional nas regiões em que os imóveis estão localizados. “Isso evita, inclusive, que alguns deles sejam invadidos, levando insegurança para alguns bairros,” acrescenta.

Marcelo Prata, CEO da Resale

Um mercado bilionário

Um mapeamento da BTG Pactual, produzido em parceria com a própria Resale, apontou mais de 36 mil imóveis conhecidos como BNDUs (bens de não de uso) à disposição do mercado no final de 2021, avaliados em R$ 6,2 bilhões.

O número foi apurado a partir das bases das cinco principais e maiores instituições financeiras públicas e privadas do país. O BTG Pactual é um dos sócios da startup desde 2019. A proptech tinha feito duas rodadas através da Kria entre 2016 e 2018, e se tornou o primeiro exit de equity crowdfunding do país.

“Não trabalhamos com exclusividade. Trabalhamos com ‘inclusividade’. A Resale aumenta as chances do interessado de garantir uma casa, apartamento ou sala comercial de forma mais ágil e democratizada”, afirma Prata, que reforça que esse mercado pode ser considerado um “pré-sal” do meio imobiliário.

A sede da Resale fica em uma casa de 600 metros quadrados em Piracicaba, no interior paulista, onde atuam cerca de 60 profissionais. A startup ainda possui escritórios em Belo Horizonte e São Paulo. “Nos tornamos, assim, realmente 100% digitais, com equipes de TI, vendas e comercial em locais distintos”, diz Marcelo.

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