Depois de dois anos de reestruturação na empresa em busca do equilíbrio das contas e da “eficiência operacional”, a Creditas finalmente conseguiu alcançar o primeiro trimestre lucrativo em sua história. A fintech de crédito divulgou nesta quinta-feira (16) os resultados do 1º trimestre deste ano, com lucro bruto recorde de R$ 206,2 milhões, lucro líquido de R$ 1,4 milhão e geração de fluxo de caixa positiva. Para o futuro, a empresa informa que pretende priorizar investimentos na experiência do usuário (UX) dos produtos do core business.
“Nos últimos dois anos, nós adaptamos nosso negócio a um novo ambiente com uma abordagem mais disciplinada para o crescimento. Alcançamos resultados notáveis em expansão de margens e eficiência empresarial que agora posicionam a empresa para iniciar um novo capítulo aliando crescimento e rentabilidade”, afirma a Creditas em comunicado enviado ao mercado.
Depois de ver as suas margens de lucro bruto atingirem os patamares mínimos no 2º trimestre de 2022, a Creditas viu essas taxas aumentarem 250% desde então, passando de 12,1% para 42,5%. O lucro bruto de R$ 206 milhões no 1T24 representa uma alta de 68% em relação ao que foi registrado no mesmo período do ano anterior (R$ 122,8 milhões).
Segundo a companhia, o foco nos últimos dois anos foi em aumentar a geração de lucro e reduzir investimentos em iniciativas ineficientes. A “arrumação da casa” também está relacionada com o objetivo da empresa de fazer IPO nos próximos anos.
“Para aumentar nosso lucro bruto, focamos na reprecificação de nossa carteira de crédito, o que nos permitiu aumentar as receitas e aumentar a capacidade de geração de fluxo de caixa de nossas carteiras de crédito. Além disso, estivemos focados em selecionar os investimentos que realmente importavam para nós. Priorizamos iniciativas de alto valor que possibilitaram a transformação da Creditas enquanto pausamos estratégias que não eram essenciais ou que não eram adequadas para um ambiente de altas taxas de juros”, detalha a nota.
Retomada dos investimentos
A receita do 1º trimestre de 2024 foi de R$ 485,6 milhões, uma queda de 1,3% em comparação com os R$ 491,8 milhões registrados no mesmo período de 2023. A carteira sob gestão também diminuiu, passando de R$ 5,891 milhões no 1T23 para R$ 5,582 milhões no 1T24. Também houve queda de 10% no volume de originação, ou seja, na concessão de crédito, que passou de R$ 668 milhões no 1T23 para R$ 596 milhões no 1T24.
“Desde março, nós reaceleramos o crescimento do volume, uma vez que a empresa pode agora autossustentar o crescimento do portfólio”, destacou a companhia.
Com isso, o foco da Creditas agora será nos produtos do core business, que incluem crédito com garantia (automóveis, imóveis e empréstimos consignados), seguros (automóveis, imóveis e folha de pagamento), soluções para o consumidor (cartões de benefícios, serviços automotivos, antecipação salarial), e investimentos, como FIDCs, fundos de investimentos imobiliários (FIIs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
“Depois de construir uma base sólida para o nosso negócio, com forte recorrência e margens elevadas, agora voltamos nossa atenção para continuar construindo nosso ecossistema. Nesta nova fase, priorizaremos nossos investimentos em tecnologia na experiência do usuário (UX) como um mecanismo para crescer de forma eficiente e entregar o melhor processo de integração para nossos clientes”, destaca a Creditas.
A companhia cita como caso de sucesso as melhorias feitas no produto Auto Equity, o empréstimo com automóvel como garantia. “Nossos clientes passam a contar com um processo digital totalmente automatizado para obter liquidez de seus carros em uma transação remota, fazendo a vistoria virtual pelo celular. O resultado foi maior eficiência de conversão e produtividade”, aponta a Creditas, que está replicando esse modelo para outras linhas de produtos.