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Quando mudou do seu prédio original para o seu espaço atual, em 2018, o Cubo ampliou seu espaço físico, e, em certa medida também um pouco de sua forma de atuar. As conexões, encontros e a “serendipidade” foram mantidos no Cubão, como o prédio foi apelidado, mas, ao abrigar mais startups (e mais gente) o prédio ganhou uma cara de edifício de escritórios, com as equipes das startups “batendo cartão” por lá todos os dias.

Com a pandemia e as mudanças na forma de trabalhar das empresas (leia-se menos gente indo ao escritório todos os dias) o espaço tende a retomar um pouco do espírito original de geração de negócios, com um maior fluxo de fundadores de startups e grandes empresas. “O novo modelo terá mais um perfil de reuniões com clientes, trazer para mostrar inovação, geração de negócios”, diz Renata Zanuto, co-head do Cubo.

O novo formato a que Renata se refere é o modelo de “membership” anunciado no começo de julho. Ele funciona de forma modular, semelhante ao WeWork. A uma assinatura básica de R$ 250 mensais que dá acesso a tudo que o Cubo oferece para uma pessoa, podem ser adicionadas a contratação de diárias avulsas (hotseat), salas privativas ou cadeiras fixas. No caso das cadeiras fixas a diferença é que agora elas podem ser usadas por mais de um funcionário – o que não acontecia no formato anterior.

Com esse novo modelo, a tendência é que as startups economizem no custo mensal de aluguel. Antes da pandemia, o Cubo tinha 110 startups residentes, com uma média de 10 funcionários cada uma, que pagavam na faixa de R$ 1 mil por cadeira. Se optar por ter só cinco cadeiras fixas, por exemplo, a startup pode gastar quase metade do que gastava antes.

O formato foi desenhado depois de uma pesquisa que contou com participação de 80% dos fundadores. Para 60% deles, o formato de operação na volta da pandemia deveria ser rotativo, híbrido, flexível. Por isso, além das mudanças no uso do espaço físico, o novo modelo traz um reforço na atuação com eventos em formato digital. A agenda, que foi reforçada durante a pandemia por conta das medidas de distanciamento social apresentou engajamento e participação maiores do que os eventos físicos. “O que acontecia era que as pessoas muitas vezes não conseguiam chegar [ao prédio]. E quem não é de São Paulo também passou a participar”, diz Renata.

De acordo com ela, a combinação do membership com os eventos digitais traz escala para a atuação do Cubo e permite que startups que não têm base na capital paulista, ou mesmo no Brasil, possam ser atendidas. Desde que o anúncio foi feito, o número de startups do Cubo aumentou em 90, para 200.

O formato de membership, no entanto, não é “pagou, passou”. O processo de seleção das companhias continua a existir. “Precisávamos continuar com a curadoria. Não podíamos perder isso”, diz Renata.

De acordo com ela, o objetivo é fazer ajustes constantes no modelo na medida que as coisas forem avançando. “Se tem uma coisa que não temos é reposta concretas. Estamos confortáveis com o modelo atual e de fazer readaptação também. Se a gente não entender que precisa se readequar não somos um hub de inovação e tecnologia”, avalia.

Espaço físico

O Cubão foi reaberto no começo de agosto em caráter de teste, com capacidade limitada a 30% da lotação máxima (ou 400 de 1,2 mil cadeiras) e circulação restrita às startups e às empresas que patrocinam o espaço. A entrada de visitantes externos estava restrita à área do café no térreo. Nesse período, o fluxo diário de pessoas ficou na casa de 40.

Desde 1º de setembro a entrada de visitantes foi liberada e o número de pessoas que circulam pelo espaço diariamente dobrou. “Pelo que temos sentido a volta vai ser muito gradual”, diz Renata.

Dentro do protocolo sanitário, as cadeiras estão com espaçamento de 1,80 metro, dispensers de álcool gel foram espalhados pelos andares, assim como tapetes sanitizantes. Entre as 20h e as 22h o prédio fica fechado para limpeza e desinfecção. E as salas de reunião estão com capacidade reduzida. Dentro delas, aliás, as pessoas precisam ficar de máscara. Assim como no resto do prédio.

Para garantir que a determinação seja cumprida, seguranças circulam o dia todo fazendo a verificação. Quem não cumpre a regra é notificado e pode até ter o acesso a o prédio suspenso temporariamente. Até agora, segundo Renata, não foi preciso aplicar nenhuma punição. “Uma vez que você explica, que a comunicação é clara, o cumprimento das regras é mais fácil”, diz.

Segundo Renata, a importância da comunicação clara e frequente foi um dos principais aprendizados durante a pandemia.

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