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Cumprindo a promessa: Sequoia começa a olhar mais para a América Latina e faz aporte na argentina Pomelo

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Até que não demorou muito para a Sequoia Capital mostrar as tais oportunidades que disse querer aproveitar na América Latina. A gestora acaba de participar de um aporte adicional de US$ 1 milhão na argentina Pomelo. A grana é uma extensão da rodada seed de US$ 9 milhões anunciada pela fintech em maio.

A fintech nascida em março/21 que ser a fornecedora de infraestrutura para empresas e outras fintechs na América Latina, atuando no modelo de banco como serviço – começando por pagamentos e a emissão de cartões.

Este é o 4º investimento da Sequoia na região, depois de Nubank, Decolar.com e Rappi. Também é o 1º em cerca de 5 anos, que chega duas semanas depois de a gestora publicar um texto exaltando a evolução das startups na América Latina.

“Nós na Sequoia tivemos o privilégio de apoiar o ecossistema do Vale do Silício em seus momentos iniciais. Agora vemos essa oportunidade em LATAM, e estamos empolgados em nutrir a região que está começando a pegar fogo”, escreveram os sócios Sonya Huang e Doug Leone. O material ficou em produção por pelo menos 3 meses segundo pessoas que foram consultadas para ajudar com informações.

O Startups apurou que a gestora está entre os investidores de uma outra fintech com foco na América Latina cuja rodada está prestes a ser anunciada.

Extensão da rodada

“A Pomelo está construindo uma estrutura de serviços de nova era que vai permitir o desenvolvimento de fintechs na América Latina”, disse Sonya Huang, da Sequoia, em comunicado. “Gaston [Irigoyen, cofundador e presidente] e o time da Pomelo estão unicamente posicionados para resolver um dos problemas tecnológicos mais críticos da América Latina, e estamos emocionados de nos juntarmos a eles nessa jornada”, completou.

Gaston conta que estava em contato com a Sequoia há alguns meses e recentemente encontrou Sonya e toda a equipe que faz os investimentos em fintechs. “Foi quando eles decidiram fazer o investimento”, diz. O cheque da gestora veio junto com o de Guillaume Pousaz, presidente e fundador da fintech inglesa Checkout.com, e de outros investidores.

A rodada da Pomelo foi coliderada pela americana Index Ventures e pela brasileira Monashees e contou com a participação do fundo Fontes, da QED; da Norte Ventures, do SciFi, do Max Levchin; do Future Positive, do Biz Stone; do 20VC; do Addition; do FJ labs; da sócia da a16z, Angela Strange e também de fundadores da Marqeta, do Rappi, da Auth0, da Kavak, da Loft e da RecargaPay.

Segundo Gaston, não estava nos planos fazer uma nova captação, ou mesmo ampliar a rodada seed apenas 2 meses depois dela ser anunciada. “A gente tinha muito dinheiro no banco ainda. Não precisávamos de mais recursos”, conta. Mas não dava para dizer não para a Sequoia.

Também foi uma oportunidade para acomodar no captable mais gente que se interessou pela empresa. “Depois de anunciar a rodada tivemos muitos contatos de investidores e firmas de venture capital e achamos que faria sentido incluir mais gente para ficar em uma melhor posição para atuar em cima da oportunidade”, diz.

Segundo ele, ainda deu para aumentar um pouco o valuation da companhia com a extensão, o que não foi nada mal para uma empresa que ainda não tem nem um site para se apresentar.

Use of proceeds

A rodada seed tem como objetivo financiar a expansão do time e o desenvolvimento do produto de pagamento com foco na Argentina, no Brasil e no México. A Pomelo tem atualmente uma equipe com 50 pessoas e tem outras 50 vagas em aberto.

No Brasil, a companhia acaba de contratar Bruno Martucci, que estava na Alelo e já cuidou de pagamentos na Amazon e no Mercado Pago, para fazer a gestão do produto localmente. A Pomelo ainda está em busca de mais profissionais, incluindo um country manager. “O mercado brasileiro é muito importante. Vocês estão anos à frente de outros países da região quando o assunto é fintechs”, diz Gaston.

E até por isso mesmo, a competição por aqui está bem animada também. Zoop, Conductor, Iugu e Celcoin (que anunciou uma rodada de R$ 55 milhões na semana passada) são algumas das fintehcs que estão disputando o posto o fornecedor das peças usadas por quem quer incluir serviços financeiros em suas ofertas. Mais recentemente juntaram-se à lista a CSU, o Banco Original e até a B3, que se associou à Totvs para criar a Dimensa.

Diferenciais

Para Gaston, as experiências pregressas do time em construir fintechs e também em outras empresas de serviços financeiros, somada à proposta de atuar em toda a América Latina, não só em um país, permitindo que empresas expandam seu alcance de forma simples e rápida, são os principais diferenciais da Pomelo na disputa. Os investidores de peso também vão dar uma boa ajuda nesse processo.

A atração de um plantel estrelado de apoiadores, aliás, tem tudo a ver com a experiência dos fundadores e do time da fintech. Gaston Irigoyen trabalhou no Google, está em sua 3ª startup (as duas anteriores foram vendidas, sendo uma para o TripAdvisor) e foi presidente do Naranja X, o maior neobank argentino, com 5 milhões de clientes. Hernan Corral, responsável por produto (CPO), ocupou o mesmo cargo na Naranja X e anteriormente tinha passado 12 anos ajudando a construir o Mercado Pago. Já Juan Fantoni, que atua a parte comercial (CCO), foi diretor de fintech e parcerias digitais da Mastercard.


Os fundadores: Hernan Corral (à esq.), Gaston Irigoyen e Juan Fantoni

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