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Transformar sua própria história de superação em negócio? Foi o que o empresário Marcos Tartuci fez após ser diagnosticado com transtorno de ansiedade generalizada (TAG), condição agravada, em seu caso, pelo alcoolismo. Deu a volta por cima e fundou, em 2020, a Dei um Tempo, startup com a missão de ressignificar a relação das pessoas com hábitos indesejados.

A ideia surgiu no fim de 2019, quando estava pessimista com a vida, com lapsos de memória e sem condições de trabalhar. “Nunca dei vexame por beber demais e tinha uma grande resistência em me declarar alcoólatra, mas percebi que estava bebendo diariamente e isso começou a afetar minha vida pessoal e profissional”, conta Marcos, que decidiu então pedir demissão da Cinesystem, empresa na qual era presidente há 1 ano, e criar um método próprio para se livrar do vício. 

Ele começou a ler muito sobre alcoolismo e autoconhecimento, meditar, fazer exercícios físicos e escrevia todo seu aprendizado e progresso em um diário. Com tudo isso, ele percebeu que podia e queria ajudar outras pessoas na mesma situação. Reuniu especialistas, psiquiatras, psicólogos e engenheiros de software para criar a healthtech e seu aplicativo, que foi lançado oficialmente em maio de 2021.

Marcos Tartuci, fundador da Dei um Tempo

Dei um tempo de hábitos indesejados

O objetivo da Dei um Tempo, também conhecida como D1T, é ajudar quem quer se livrar de hábitos indesejados, como tabagismo, alcoolismo e consumo de carne (vertical lançada há 1 mês). “Dei um Tempo porque estou realmente dando um tempo, se eu vou parar de beber, fumar ou comer carne é uma decisão que vou tomar no final da jornada. Queremos resignificar a relação das pessoas com tais hábitos”, afirma Marcos.

Pelo aplicativo, o usuário deve completar uma jornada diária de 15 minutos de atividades: assistir a um vídeo, ouvir um podcast com exercício de mindfulness e registrar o seu progresso em um “livro da jornada”, respondendo a uma pergunta proposta no vídeo inicial. Na vertical de deixar de comer carne há também um vídeo-receita no final.

Também há uma rede social privada e uma sala de bate-papo privada para troca de experiências, desabafos e motivação coletiva. Caso alguém cometa um deslize, há um botão “recaída” e a jornada volta do zero. O app oferece jornadas de 28 ou 90 dias, com preços que variam de R$ 109 a R$ 300. Atualmente, a plataforma conta com mais de 700 usuários.

Dei um Tempo
Aplicativo criado pela Dei um Tempo

Rumo à rodada de captação

Marcos colocou R$ 1 milhão para fundar a startup e contou com uma ajudinha extra do fundador da Creditas, Sérgio Furo, que aportou R$ 150 mil por 5% do negócio. Agora, rolam conversas com alguns fundos, e o comandante da D1T avalia uma oportunidade via crowdfunding. Com pretensão de levantar mais R$ 1 milhão, a ideia é ganhar tração para atrair mais usuários. Com o aporte, a expectativa é de chegar a pelo menos 8 mil membros nos próximos 18 meses.

Também estão nos planos expandir as funcionalidades do aplicativo, como a criação da jornada de 365 dias e de um marketplace. Nele, o usuário poderá trocar os pontos acumulados nas jornadas diárias por produtos e serviços. 

Outra novidade prevista é uma plataforma clínica, onde serão vendidas sessões com um terapeuta especialista no tema da jornada. Por fim, e não menos importante, a expansão para o modelo B2B, levando as jornadas propostas pela D1T às empresas. 

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