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Destaque na América Latina, Brasil cai em lista de ecossistemas de inovação

De acordo com o Startup Ecosystem Report 2022, país caiu duas posições no ranking, ficando na 26ª posição

Destaque na América Latina, Brasil cai em lista de ecossistemas de inovação

O Brasil é o país mais avançado da América Latina quando se trata da movimentação das startups e ecossistemas de inovação, mas segundo um levantamento da StartupBlink, ele ainda tem muito a caminhar. Aliás, de acordo com o estudo, o país recuou duas posições no ranking, ficando na 26ª posição.

“Em 2021, o Brasil tinha cinco cidades no top 200; este ano tem apenas três”, destacou a consultoria no estudo Startup Ecosystem Report 2022. Foi destacado o caso de Belo Horizonte, que caiu da posição 154 no ranking global para o posto 215. Além disso, no Top 1000, o país contava com 32 ecossistemas ranqueados. No relatório 2022, são apenas 24.

Apesar do tropeço, o Brasil ainda é o país latino melhor colocado no rnaking de inovação, ficando à frente do Chile (34º lugar), México (35º lugar) e Argentina (37º). O Top 5 do estudo sobre ecossistemas ficou com Estados Unidos, Reino Unido, Israel e Canadá mantendo suas posições do 1º ao 4º lugar, respectivamente, desde 2020. Já a Suécia entrou na lista subindo uma posição e ultrapassando a Alemanha para ficar na 5ª colocação. Em 2020, a terra natal do quarteto Abba estava em 10º lugar no ranking.

O levantamento também classificou os ecossistemas por cidade, e nesse quesito São Paulo fez bonito. Segundo a StartupBlink, a capital paulista deu o maior salto de posições no Top 20, se recuperando do tombo de duas posições que tinha levado em 2021, e subindo do 20º para o 16º lugar. Sampa ficou atrás de Chicago (14º) e Tóquio (15º), e à frente de cidades como Austin, que tem se destacado no cenário norte-americano de inovação.

Líder de inovação em Latam, mas…

Se no âmbito global o Brasil deu passos para trás com seus ecossistemas de inovação, na América Latina o Brasil ainda está à frente. Das 20 cidades melhor rankeadas na região, seis são brasileiras, sendo que São Paulo lidera com uma pontuação duas vezes maior que a Cidade do México, segunda colocada.

No Top 10, Curitiba (7º) e Rio de Janeiro (9º), também participam, enquanto que na segunda parte do Top 20 vêm Belo Horizonte (12º), Porto Alegre (15º) e Florianópolis (20º lugar). Apesar da boa presença das capitais brasileiras, somente São Paulo e Curitiba não levaram tombos no seu ranking. Já citada no início do texto, Belo Horizonte caiu 61 posições na lista global de cidades, enquanto Porto Alegre e Florianópolis recuaram 52 posições cada.

Os dados mostram que é bom as cidades brazucas ficarem espertas. O México registrou três cidades em crescimento: Cidade do México subiu seis posições no ranking global, Monterrey subiu dez, e Puebla avançou 193 posições, entrando para o Top 20 da região. Outras capitais como Buenos Aires, Santiago e Bogota também registraram avanços no ranking.

Oportunidades de crescimento

Mesmo com sinais de recuo, a visão da StartupBlink sobre o Brasil é otimista, apontando que o país ainda guarda um grande potencial de crescimento.

“Considerando o vasto potencial do mercado e a população de mais de 200 milhões de pessoas, o ecossistema brasileiro de tecnologia tem todos os pré-requisitos para um rápido crescimento. Isso é demonstrado pelo crescente número de unicórnios, que atuam especialmente no mercado local”, destacou a StartupBlink, apontando nomes como iFood e MadeiraMadeira.  A realizadora do estudo não deve ter visto os dados mais recentes do país, que mostra que o ritmo de surgimento de novos unicórnios não está assim tão bom.

Outro ponto levantado pelo estudo é o potencial de crescimento de ecossistemas fora dos grandes centros. Contudo, o avanço da capital paulista pode estar atrapalhando estes movimentos. “Este declínio acentuado, combinado com o crescimento de São Paulo, sugere que São Paulo atrai muitos talentos, investimentos e atenção, deixando ingredientes insuficientes para o sucesso em outras regiões do país”.

A pandemia também foi listada como um dos principais desafios que as startups brasileiras enfrentaram no último ano. Contudo, a consultoria destacou que os ecossistemas nacionais tiveram um bom ritmo de atração de recursos, especialmente em rodadas de capital semente.