A venture builder Dream2B atraiu US$ 10 milhões em investimentos para acelerar a internacionalização de startups brasileiras em estágio inicial de desenvolvimento e impulsionar sua própria expansão global.
O investimento do fundo canadense Victory Square Technologies (VST) será direcionado a startups em futuras turmas de aceleração, bem como empresas que já estão no portfólio da Dream2B. Tanto o fundo quanto a venture builder terão um percentual variável das empresas que se destacarem no programa de aceleração, com cheques que variam entre US$ 250 mil e US$ 5 milhões.
Com a capacidade de investir, a Dream2B aprimora sua proposta de valor. Com sede em Vancouver, Canadá e presença em São Paulo e Florianópolis, a venture builder já apoiou cerca de 50 empresas brasileiras a estabelecerem uma presença América do Norte. O programa inclui imersões no Canadá com despesas de viagem pagas pela venture builder, além de mentoria, desenvolvimento de negócios e conexões com empresas, instituições e investidores.
“[O investimento] complementa a tese que já tínhamos, aumentando ainda mais nosso alcance”, diz a fundadora e CEO da Dream2B, Regina Noppe, em entrevista ao Startups. Segundo Regina, o fato de a Victory Square ter uma presença global também ajuda. “Embora nossa plataforma de entrada seja no Canadá, nosso objetivo é expandir globalmente.”
Mindset global
A VST e a Dream2B se conheciam desde a fundação da venture builder, em 2015. “Nossa relação se desenvolveu de forma orgânica e mútua, pois [o fundo] começou a perceber a qualidade e seriedade do nosso trabalho e nossa capacidade de atrair grandes empreendedores”, diz Regina.
Conversas sobre um potencial investimento vinham ocorrendo entre as partes nos últimos três anos, segundo a CEO. “Não chegamos a abrir uma rodada de captação, sempre tive em mente que só captaria com um investidor que tem a mesma visão e total fit conosco – e foi o que aconteceu com a VST”, completa. Nos últimos 6 meses, as negociações aceleraram e com a flexibilização das viagens para o Canadá, Regina viajou para o país para fechar o negócio.
Comentando os fatores que a levaram a concluir que a Victory Square era a parceira ideal para a Dream2B, Regina diz que, além do capital, o fator mais importante foi a possibilidade de oferecer a continuidade da expansão internacional para as startups do portfólio da venture builder.
Notícias Relacionadas
Bitcoin
Com Trump, cripto atinge o patamar das Magnificent Seven
Bitcoin já superou o valor de mercado de Tesla e se aproxima da Meta. Market cap global de cripto ultrapassou US$ 3 tri, patamar da Nvidia
Cripto
Dogecoin dispara: Elon Musk wins, mas a que preço?
Criptomoeda valorizou 115% em uma semana, mas detratores do bilionário relembram acusações de pump and dump
“Com essa parceria, após o nosso programa, as startups que estiverem prontas para expansão poderão contar com fortes investimentos feitos pelo nosso fundo, e também contar com uma equipe de primeira linha que poderá abrir portas globalmente para elas”, afirma a CEO.
Regina diz que sua admiração pelo executivo-chefe da Victory Square, Shafin Diamond, também contou pontos. “Ele tem um mindset global e acredita na diversificação de portfólio além do que a grande maioria [da comunidade de investimentos] está de olho. Ele é um visionário e isso se reflete no sucesso de seu portfólio”, acrescenta.
Antes de fechar negócio com a VST, a Dream2B teve algumas conversas com fundos brasileiros, mas concluiu que um parceiro global seria uma opção melhor. “Ter um investidor no exterior sempre foi nossa prioridade pela natureza do nosso negócio, que tem como foco a expansão internacional”, destaca Regina.
As empresas que a Dream2B apoiou em sete ciclos de aceleração incluem a empresa de inteligência artificial Data H, que transferiu sua sede para o Canadá e também se tornou uma venture builder. Outras startups que passaram pelo programa incluem a biotecnologia SafeTest – que também foi apoiada pela Victory Square – bem como a HRtech Sólides e a ZeroBank, de blockchain. O portfólio também inclui empresas ativas em realidade virtual e aumentada, bem como cannabis.
Novo batch da Dream2B
Para o sétimo batch de aceleração, a venture builder selecionará até 10 startups brasileiras atuantes nas áreas de inteligência artificial, blockchain, Web3, com foco em saúde digital, cleantech e tecnologia imersiva. Além da fluência em inglês, os representantes das empresas participantes precisam ser capazes de escalar globalmente e ter um plano de expansão internacional.
Além da chance de receber um investimento, as startups participantes poderão solicitar um visto para fundadores de startups que concede residência permanente, por meio de uma parceria entre Dream2B e o Spark Centre. As startups brasileiras que atendem aos critérios do programa de aceleração podem se inscrever até 31 de março, e as startups a serem aceleradas serão anunciadas até 4 de abril.
