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Em um mercado crescente de edtechs buscando caminhos para inovar em plataformas de ensino digital, a brasileira ChatClass recorreu ao WhatsApp e está colhendo reconhecimento por isso. A startup acabou de vencer uma competição global e levou R$ 1,3 milhão para desenvolver seu produto.

A startup foi selecionada juntamente com outras 30 empresas no Learning Engineering Tools Competition, competição global entre edtechs que reuniu mais de 800 competidores de 60 países em sua segunda edição. Com o capital adicional, o plano da empresa é investir no desenvolvimento e aprimoramento da capacidade da ferramenta, assim como deve usar a exposição do prêmio como uma porta de entrada para o mercado norte-americano.

Criada no Brasil, a ChatClass porém conta com um estrangeiro à sua frente. O fundador e CEO Jan Krutzinna, nascido na Alemanha e com formação nos Estados Unidos, acabou vendo em terras canarinhas a oportunidade de empreender e trazer uma ideia diferente ao ensino online.

A edtech começou em 2014 com um plano de Krutzinna para ensinar inglês pelo WhatsApp. “Na época já era um fenômeno global de comunicação e pensei que também poderia ser aplicado para a pedagogia”, afirmou o executivo para o Startups.

Desde então, não apenas a empresa evoluiu, como o mercado de conteúdos via chat também. Segundo dados da BCG, a ChatClass faz parte de um ecossistema de startups que movimenta US$ 35 bilhões por ano.

Na evolução de seu produto, a edtech desenvolveu uma plataforma própria de distribuição de conteúdos, contando com recursos de machine learning para aprendizagem conversacional, e entrou no mercado B2B para projetos de educação corporativa.

Desde então já atendeu clientes como Stone, McDonald’s, Grupo Fleury, BASF e outras em projetos de capacitação interna. Só em 2021 a companhia teve 180 mil pessoas aprendendo em sua plataforma – no total a startup soma 500 mil usuários em seu histórico.

Jan Krutzinna, fundador e CEO da ChatClass

“Muitas empresas tem o celular como dispositivo de relacionamento com seus funcionários, e a capacitação via WhatsApp tem a possibilidade de ter mais engajamento”, explica Krutzinna, ilustrando inclusive que muitas empresas enviam informações de trabalho em grupos informais do app. “Transformamos o que antes era compartilhado em PDFs ou PPTs em conteúdos interativos organizados em nossa plataforma e distribuídos pelo WhatsApp”, explica o CEO.

Na ferramenta da ChatClass, as lições podem ser inseridas através de micropílulas de conhecimento, incluindo textos, vídeos curtos e perguntas de múltipla escolha para fixação do conteúdo junto ao colaborador.

Um exemplo dado por Krutzinna foi o da EDP, empresa portuguesa de energia, que usou a solução para treinar colaboradores sobre materiais e técnicas de instalação. “Com este formato, obtemos um completion rate de três o mais vezes maior do que cursos tradicionais por vídeos mais longos”, ressalta o CEO.

Os planos de crescimento da ChatClass

A premiação no Learning Engineering Tools Competition (iniciativa que tem apoio da Bill e Melinda Gates Foundation) se soma a outros endossos recentes que a ChatClass recebeu. A empresa já teve o reconhecimento de empresas como a Meta (do próprio Mark Zuckerberg, ressaltou Krutzinna), do Google for Startups, além de presença em ranqueamentos internacionais de inovação na educação como Holon IQ, GSV Cup, e Endeavor Scale Up.

Com as costas quentes, o objetivo da companhia é explorar ainda mais as possibilidades do ensino via WhatsApp no meio corporativo. Apesar de não dar números sobre as metas esperadas para o negócio, Krutzinna revelou como pretende atrair mais clientes: investir mais em tecnologia – hoje a empresa conta com um time de 20 pessoas nesta área. “Ainda vendemos de forma consultiva, apoiando empresas com seus conteúdos. Nossa meta é deixar nossa plataforma mais self-service”, apontou o CEO.

Aliás, a empresa espera que no futuro um ecossistema adicional de negócios possa surgir a partir do modelo da ChatClass: o de produtores de conteúdo educacional para este canal. “Já temos casos de agências que desenvolveram conteúdos pensando em nossa plataforma”, apontou o executivo.

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