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A semana começou turbulenta para o Nubank, com a reclamação de diversos de seus clientes com aplicações de renda fixa, em função de seus investimentos em ações das Americanas. E agora, numa nota não muito relacionada, a empresa anunciou que está fazendo uma dívida de US$ 150 milhões, em um empréstimo para fortalecer sua operação na Colômbia.

A linha de crédito foi obtida junto à US$ 150 milhões da Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês). O empréstimo em moeda local durante um período de três anos será usado para impulsionar o crescimento da operação local e expandir acesso a serviços financeiros no país.

Segundo destacou o neobanco em comunicado, o empréstimo está em linha com a estratégia do Nubank de se tornar a empresa líder em serviços financeiros digitais e promover acesso a serviços 100% digitais mais eficientes. Segundo dados da própria Nu (nome da empresa no país), a empresa já soma mais de 400 mil cartões emitidos nos últimos dez meses, sendo o emissor de cartões de crédito que cresce mais rápido no país, atuando em quase 80% das municipalidades.

“Nós estamos orgulhosos por uma instituição como a IFC ter confiado que vamos continuar a gerar impacto positivo na América Latina. Esse empréstimo reflete confiança no nosso modelo de negócio, a solidez da nossa operação e nossas contribuições à educação financeira na Colômbia, um país com baixa penetração de serviços financeiros e uso frequente de dinheiro em espécie”, afirma David Vélez, CEO e fundador do Nubank.

A operação do Nubank na Colômbia ainda é a mais modesta perto dos outros mercados onde atua. Com um número total de 70 milhões de clientes, a maior parte ainda se concentra no Brasil, com 66,4 milhões, e é seguido pelo México, com 3,2 milhões de usuários.

Complicações com as Americanas

Mais do que explicar uma nova linha de crédito para o mercado colombiano, o Nubank está em meio a uma onda de reclamações de seus clientes. Diversos usuários do serviço de fundo de renda fixa do neobanco viram seus investimentos recuarem de forma agressiva nos últimos dias. O motivo disso? Os fundos de renda fixa com investimento em crédito privado tinham posições em debêntures das Lojas Americanas.

Com o “estouro da bomba” da rede varejista, que revelou um rombo de R$ 20 bilhões em suas contas, as aplicações dos usuários do Nubank sentiram o baque – e para os clientes que investiram em opções com o “Nu Reserva Imediata”, considerada de baixíssimo risco, foi um baque ainda maior.

Segundo os últimos dados apresentados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a carteira do “Nu Reserva Imediata” tinha cerca de 1% de seu patrimônio alocada em duas debêntures da Americanas. A crise reduz o preço desse título de dívida no mercado e “come” o patrimônio do cotista.

Em comunicado, a Nu Asset Management, gestora de fundos de investimentos do Nubank, esclareceu que “o fundo de renda fixa ‘Nu Reserva Imediata’ possui estratégia desenhada para ser uma opção de baixo risco, com performance acima do CDI ao longo do tempo”. Para completar, a empresa afirmou que a parcela de investimento em debêntures das Lojas Americanas, historicamente avaliada como Triple A por diferentes casas de rating, já foi revista.

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