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Em resposta a pedido de esclarecimento da CVM, a B3 informou o mercado agora pela manhã que está em negociações para comprar 100% da Neoway.

A operação faz sentido dentro da proposta da dona da bolsa brasileira de aprofundar sua oferta de dados e tecnologia como complemento ao seu negócio principal. Há alguns anos ela já tinha estruturado uma área interna para vender esse tipo de produto. Em julho, ela firmou uma parceria com a Totvs para lançar a Dimensa, uma empresa de infraestrutura para serviços financeiros a outras companhias.

O pedido de esclarecimento foi enviado ontem (dia 13) pela CVM por conta de oscilações nas ações da companhia consideradas atípicas registradas desde o fim de setembro.  

Pedido de informação enviado pela CVM à B3

No começo de setembro, a CapSur, gestora de Mário Ermírio de Moraes Filho e de Carlos Simonsen, comprou uma participação 30% na companhia, segundo antecipou o Pipeline. A fatia corresponde ao percentual de Jaime de Paula, fundador da empresa, que deixou o comando do negócio em 2019.

A saída dele foi resultado da divulgação de conversas do procurador da República Deltan Dallagnol que apontavam que o lobista Jorge Luz havia dito, em delação premiada assinada em 2016, que a Neoway o procurou para conseguir contratos na BR Distribuidora.

Até o começo de 2019 a Neoway figurava na lista de possíveis unicórnios brasileiros. O status provavelmente seria atingido em uma rodada de série C que estava sendo negociada com preparação para o processo de IPO – que Jayme de Paula acreditava ser possível acontecer no começo de 2020. A rodada, no entanto, foi suspensa em meio à divulgação das denúncias.

Em janeiro Jaime foi alvo da 2ª fase da Operação Alcatraz, da Polícia Federal que apura a prática de crimes corrupção, fraude em licitações e lavagem de dinheiro em Santa Catarina. Ele é acusado de efetuar contratos fictícios para repasses ilícitos de recursos a servidores públicos e políticos, através das empresas E-Biz Solutions, Ecco Energy e, principalmente, da Neoway Tecnologia.

Em agosto do ano passado, Andrew Campbell, ex-executivo do Credit Suisse, que estava na Neoway desde 2018 foi promovido à posição de relação com investidores e estratégia financeira. A ideia era apoiar Carlos Eduardo Monguilhott, presidente da companhia a tocar a operação e também estreitar o relacionamento com investidores com vistas a um possível IPO.

Andrew deixou a companhia em agosto para assumir o cargo de diretor de relação com investidores da Dasa.

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