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Em sua 1ª captação, Education Journey vale R$ 26 mi e quer ser agregadora da educação corporativa

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Quem diria né. Empresas investindo no treinamento e na requalificação de seus funcionários, que já foi considerado parte do custo Brasil pela deficiência do nosso sistema de ensino, agora é um diferencial competitivo em âmbito global! O mundo dá voltas…

E nessas voltas, surgem oportunidades de negócios. Tanto que as startups da área de educação estão entre as que mais têm chamado a atenção no momento. Mas muita oferta gera também complexidade e confusão. E se tivesse um agregador para essas diferentes ofertas? Advinha? Está nascendo.

Essa é justamente a proposta da Education Journey, uma edtech criada há 1 ano a partir dos EUA pela brasileira Iona Szkurnik. A ideia, que surgiu da vivência dela em várias áreas de educação, é exatamente essa: ser uma espécie de Gympass dedicado à saúde do cérebro e da empregabilidade empacotando ofertas de diferentes startups. “Queremos ser o canal de distribuição, o braço B2B dessas startups”, diz Iona. Hoje são 13 conectadas.

Apesar de novata, a companhia já recebeu reconhecimentos importantes como estar entre as 25 edtechs mais inovadoras do mundo na GSV Cup, promovida pela gestora GSV, e está anunciando sua 1ª rodada de investimento.

O pre-seed de R$ 1,2 milhão, avaliou a companhia em cerca de R$ 26 milhões. O aporte foi liderado pelo Latitud Fund, do Brian Requarth, e contou com a participação da Norte Capital; do SaasHolic, do fundador da Rock Content, Diego Gomes, e de Ariel Lambrecht, fundador da 99 e da Yellow, que já teve uma edtech, a ebaH.

Segundo Iona, a ideia é poder “baixar a cabeça” e se concentrar no desenvolvimento do produto e do modelo de negócios. A equipe, que está toda no Brasil, tem hoje 10 pessoas – sendo 5 de tecnologia – deve dobrar até o fim do ano. “Nascemos nos EUA por uma coincidência, por eu morar aqui”, brinca. Em 12 meses, o objetivo é ter 50 mil usuários. Hoje o serviço está em fase de validação com duas empresas.

O foco das vendas está em negócios de alto crescimento e companhias que estão passando pelo processo de transformação digital. Segundo Iona, apesar de o tema de treinamento e qualificação ser, tradicionalmente, da área de recursos humanos, ela tem tido mais diálogos com líderes de áreas e outros executivos devido ao ganho de importância do assunto. “A conversa extrapolou o RH. É o presidente, o diretor financeiro que têm que olhar isso”, diz.

Segundo ela, com a pandemia e a necessidade de adoção do trabalho remoto, os orçamentos foram redirecionados dentro das empresas, o que melhorou o entendimento sobre a necessidade de se investir em educação.

Perguntada sobre valores a serem pagos pelas empresas para ter o benefício, ela diz que a companhia está bastante flexível neste momento de validação do modelo.

Segundo Iona, o negócio começa no Brasil, mas tem ambição global. “É um produto que resolve uma dor global. A tecnologia foi desenhada para ser escalável, para que seja fácil plugar parceiros dependendo do mercado em que for”, diz. A expansão será a pauta da rodada de série A com a qual Iona já começa a flertar por conta do perfil dos investidores que entraram no pre-seed.

Com dois mestrados, MBA e uma carreira executiva, Iona é cofundadora e presidente do conselho da conferência Brazil at Silicon Valley e já trabalhou com educação na universidade de Stanford, vendendo produtos educacionais e deu aula. Quando decidiu empreender, optou por não criar um produto vendido diretamente para quem quer aprender por achar esse caminho lento demais. “Queria ter impacto mais imediato”, diz.

A estimativa é que até 2030 um terço da força de trabalho global tenha que ser retreinada para se adaptar à novas tecnologias. E não se trata apenas de fazer isso uma vez e pronto. Com ciclos mais curtos de novidades, essa demanda por requalificação vira algo quase que diário.

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