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A Gabriel, startup que está construindo uma rede privada de câmeras de monitoramento para ajudar no combate à violência no Brasil, está desembarcando na cidade de São Paulo.

A expansão para além do Rio, sua cidade de origem, já estava na tese da série A de R$ 66 milhões anunciada em outubro. Mas a chegada à capital paulista estava prevista apenas para daqui a alguns meses. Segundo Otávio Miranda, cofundador da Gabriel, a aceleração dos planos veio pela demanda de um grupo de moradores das regiões dos Jardins e de Pinheiros preocupados com o aumento nos índices de criminalidade nos últimos meses.

O contato foi liderado por Eduardo Carvalho Simone Pereira, diretor-executivo da Umuarama, administradora de condomínios e imobiliária que atua nesses bairros. Serão mais de 300 câmeras em operação em locais como a Rua Haddock Lobo, Alameda Lorena, Rua dos Pinheiros e a Mateus Grou.

Corredores seguros

A partir dessa estrutura a Gabriel pretende fazer a expansão da sua rede de equipamentos para outros bairros. A ideia é ir ampliando o raio de cobertura pelas regiões adjacentes, criando o que Otávio chama de “zonas protegidas, ou “corredores seguros”. “O maior benefício é para as regiões próximas, não por bairros isolados”, diz Otavio. “Somos uma empresa voltada à criação de comunidades”, completa.

Para preparar terreno para os próximos passos, a Gabriel já se aproximou de algumas entidades comunitárias como o Coletivo Pinheiros, que atua no quadrilátero formado pela Rua Teodoro Sampaio com as Avenidas Rebouças, Pedroso de Morais e Henrique Schaumann; a Associação dos Moradores e Comerciantes da Rua Mateus Grou (Amateus) e a Associação de Lojistas dos Jardins e Itaim Bibi (Alojsp) também aderiram à Rede de Proteção.

Otavio também diz que a companhia também está aberta a participar de programas públicos, como o projeto City Câmeras, da Prefeitura de São Paulo, que tem plano de instalar 10 mil equipamentos na cidade. A capital também já é atendida pela Yellowcam, que tem uma proposta de uma rede aberta de câmeras instaladas em totens que podem ser “adotados” por condomínios e estabelecimentos comerciais.  

Segundo ele, São Paulo será a prova de fogo da Gabriel. “É nela que vamos provar nossa capacidade de replicação”, avalia. A expectativa é que a velocidade de crescimento seja mais acelerada do que a registrada no Rio até agora pela maturidade – e caixa recheado – que a companhia atingiu em pouco mais de 1 ano de operação.

Perguntado sobre os planos para novas cidades, Otávio disse que isso seria o tema de um nova conversa mais à frente.

Nascimento e estrutura atual

Fundada em 2020, por Otávio, Erick Coser e Sérgio Andrade, a Gabriel tinha como ideia inicial oferecer um software que integrasse imagens de câmeras já instaladas pelas ruas das cidades. O conceito parecia promissor já que a base é grande. Mas havia um problema: nem todas essas câmeras funcionam direito e, em boa parte dos casos, são “espantalhos apontados para as ruas”.

A solução então foi desenvolver o próprio hardware. Foi assim que nasceu o camaleão, um setup com duas câmeras de alta resolução com ângulo de captura de imagens de 180º. Os equipamentos são instalados em prédios residenciais e comerciais alugados no modelo de hardware como serviço (HaaS). Eles são monitorados 24 horas a partir de uma central que usa inteligência artificial para análise das imagens. Todo o conteúdo fica disponível na nuvem, acessível por um aplicativo e é armazenado por um prazo de 6 meses.

No Rio, a companhia tem atualmente uma base instalada de mais de 2 mil câmeras e já colaborou com insumos para mais de 200 investigações policiais. A equipe atualmente conta com 90 pessoas. Em 2021, o crescimento foi de 850% – um número alto por conta da base de comparação baixa de 2020, quando a companhia começou a operar.

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