Em uma extensão da série G anunciada em janeiro, o Nubank levantou mais US$ 750 milhões e atingiu um valuation de US$ 30 bilhões.
Com esse valor, o Nubank sobe 3 posições no ranking dos unicórnios mais valiosos do mundo, passando a ser o 7º. À frente do neobank estão Klarna, Instacart, Didi Chuxing, SpaceX, Stripe e ByteDance, segundo o CB Insights. Ele ainda se distancia da XP e fica mais perto de Itaú, Bradesco e Banco do Brasil na lista dos bancos mais valiosos da América Latina.
O número também confirma a previsão que eu tinha feito no começo do ano, de que a companhia seria avaliada em US$ 30 bilhões em sua próxima rodada – tenho que aproveitar esses momentos pra me vangloriar, né! =P
Com a extensão, a série G do Nubank soma US$ 1,15 bilhão e assume o posto de maior investimento privado em uma companhia de alto crescimento do mercado latino. O posto até agora era ocupado pela rodada de US$ 1 bilhão que a Rappi levantou em 2018. A operação liderada pela SoftBank foi o landmark deal (um “eu cheguei p***a!) de seu fundo de US$ 5 bilhões para a América Latina.
Quem investiu
A injeção dos novos recursos foi dividida em 2 partes. O grosso veio da Berkshire Hathaway, a firma de investimento do Oráculo de Omaha, o investidor americano Warren Buffet. Ela investiu US$ 500 milhões no negócio. Será que usando recursos da venda de parte da fatia que eles tinham na também brasileira Stone?
O restante veio de um conjunto de investidores liderado pela americana Sands Capital, que incluiu as gestoras brasileiras Absoluto Partners (co-fundada por José Zitelmann e Gustavo Hungria) e a Verde Asset Management, do Luis Stuhlberger (que começou a se aventurar no mundo de tech participando na mais recente rodada da Loggi e como âncora nos IPOs da Enjoei e do GetNinjas). O aporte contou também com a entrada do Canada Pension Plan Investment Board (CPP Investments), MSA Capital e Sunley House Capital (um braço da Advent International) e de alguns investidores atuais como Invesco, Tarsadia Capital e Tencent.
A série G é a última do Nubank antes de seu IPO, que deve acontecer entre o fim do ano e o começo de 2022 na Nasdaq. Minha estimativa é que a companhia chegue ao processo valendo perto de US$ 40 bilhões.
Racional de crescimento
A conta de valor por cliente é considerada simplista por alguns, mas é um bom parâmetro para estimar como as fintechs/neobanks estão se saindo.
Com a série G concluída (ou não?), o Nubank chegou a um valor de US$ 750 por cada um de seus 40 milhões de clientes. O número não inclui os 1,6 milhão de clientes da corretora Easynvest, que está em fase de incorporação.
O valor por cliente é um pouco maior que os US$ 735 do anúncio de janeiro, mas 37% menor que o atribuído na rodada F, de 2019. A queda é uma derivada do aumento da base de clientes, atingindo um público de menor renda.
O Nubank diz ganhar 45 mil novos clientes por dia, ou 1,35 milhão por mês. Neste ritmo, até o fim do ano o neobank pode chegar a 50 milhões de clientes, com um valuation de US$ 37,5 bilhões. Com a expansão das operações no México e na Colômbia é possível que o ritmo até se acelere.
Bota na conta aí um coeficiente de animação do mercado pelo perfil dos investidores, histórico do Nubank até agora e perspectivas para os próximos anos, e o valuation no IPO pode facilmente passar dos US$ 40 bilhões.