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No mercado há 7 anos, a Apptite chamou a atenção do público com sua proposta de conectar consumidores de food delivery a chefs independentes cozinhando em casa. Porém, a cozinha está fechando: devido a dificuldades no modelo de negócio, a foodtech está interrompendo suas atividades, sem previsão de retorno.

“Estamos paralisando o app no final de julho, para repensar nosso modelo de negócios e ainda não temos definição como ou se vamos voltar”, falou de forma direta o CEO da Apptite, Guilherme Parente, com exclusividade para o Startups.

No momento, a empresa está em conversas com investidores e parceiros para informar sobre a decisão. Além disso, a expectativa é que a operação seja enxugada em termos de colaboradores, mas o CEO não deu maiores detalhes sobre o tamanho desta redução. Os investimentos em tecnologia e marketing foram desligados.

Para o CEO da Apptite, a decisão de paralisar o app se deu por dificuldades em tracionar o novo modelo de negócios que a empresa adotou no ano passado, que foi o de colocar chefs independentes em diferentes plataformas de entrega, como iFood, Rappi e a Uber Eats, que então ainda estava em operação no Brasil. “Queríamos ser o Olist do food delivery para chefs independentes”, destacou Guilherme.

Contudo, ao longo dos últimos meses, a empresa não conseguiu crescer como queria, e isso combinado com um caixa apertado, se viu obrigada a parar com as operações. Em uma visão realista do mercado, Guilherme reconhece que o iFood domina o segmento, o que complica uma visão de marketplace. “A tese não parou em pé. Por que continuar apostando em multicanal se o iFood concentra tudo?”, disparou.

Guilherme Parente, CEO da Apptite

Apesar do revés, a Apptite quer voltar. O CEO revelou que no momento está iniciando conversações com startups e possíveis novos investidores, discutindo opções para retornar, e uma fusão com outro negócio é uma possibilidade bem real que está na mesa. “Queremos voltar com um parceiro forte e ajustado com nossa missão de apoiar chefs independentes. Ainda não sabemos em qual modelo”, ressaltou.

Jornada de impacto

“Foi um desfecho longe do ideal, mas tivemos uma jornada de muito impacto”, pontua Guilherme. Nascida em 2016, a Apptite começou com um app de marketplace para chefs, que se associavam ao serviço por meio de franquia. A foodtech, além de vender os pratos, apoiava os cozinheiros com marketing, materiais de embalagem e o serviço de entrega.

Com a pandemia, o serviço teve um crescimento acentuado entre 2020 e 2021, dobrando o faturamento e crescendo 130% na venda de pratos. Com o foco em escalar nacionalmente e diminuir custos operacionais, a empresa mudou para um foco multicanal no ano passado, uma decisão que não deu muito certo. Segundo Guilherme, neste tempo, o app gerou renda para mais de 2 mil chefs, com mais de 2 milhões de pedidos.

Em sua trajetória, a empresa levantou três rodadas de investimentos: uma inicial com investidores estratégicos; uma segunda através de crowdfunding, em que levantou cerca de R$ 3 milhões com a SMU Investimentos. A última foi uma série A captada junto ao fundo nacional Superjobs, mas o valor não foi aberto.

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