O Nubank entregou aos seus clientes 7 milhões de pedacinhos, as ações que a companhia vai listar no Brasil em seu IPO por meio do programa NuSócios, segundo fontes. Com o número, o neobank triplica a base de investidores na bolsa brasileira e se torna a maior corretora do país em quantidade de clientes. Os dados mais recentes da B3, de novembro, indicavam 4 milhões de CPFs cadastrados.
A oferta dos pedacinhos foi uma estratégia idealizada por Christina Junqueira, cofundadora do Nubank, e fez parte da estratégia de entrada da companhia no mundo dos investimentos. Para fazer isso, o Nubank optou por fazer uma listagem dupla e simultânea nos EUA, na NYSE e no Brasil. O processo exigiu alguns meses de negociação com a CVM e a B3 para ser colocado em prática.
Por aqui, serão oferecidas BDRs que representam um sexto de uma ação vendida na NYSE. A participação no NuSócios foi oferecida aos clientes do Nubank com critérios como movimentação na conta nos 30 dias e anteriores e estar adimplente. O processo de reserva foi feito exclusivamente pela NuInvest, o braço de investimentos criado com a incorporação da Easynvest. O desafio agora é fazer com que essas pessoas permaneçam como investidores contratando novos produtos e serviços.
Apesar de impressionante, o número de pedacinhos distribuído ficou abaixo do que o Nubank acreditava que poderia atingir. O Startups apurou que havia uma expectativa de chegar a 16 milhões ou mesmo a 20 milhões. No prospecto do IPO, o Nubank disse ter uma base de 48 milhões de clientes, sendo cerca de 30 milhões ativos.
Com o IPO que está acontecendo hoje na NYSE, o Nubank se tornou o banco mais valioso da América Latina, avaliado em US$ 41,5 bilhões. Ontem à noite, a companhia precificou seu IPO em US$ 9 por ação, o topo da faixa indicativa mais recente da operação. O valor sofreu um corte de cabelo de 20% na semana passada como reflexo das incertezas no mercado.
Amanhã, a companhia fará a listagem das BDRs em uma cerimônia na B3.