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O Brasil viu a demanda por seguros agrícolas saltar no último ano devido à crescente busca por formas de proteger a terra e o produtor rural de eventuais prejuízos causados por fenômenos climáticos e adversos. Segundo o Ministério da Agricultura, as áreas agrícolas asseguradas alcançaram um recorde de 13,7 milhões de hectares em 2020, praticamente dobrando em relação ao ano anterior.

Esse cenário pode se fortalecer ainda mais caso as operações da Picsel gerem os resultados esperados. A startup, que completou 1 ano de vida em junho, oferece seguro agrícola para pequenos e médios produtores rurais e espera subscrever de 1.000 e 1.500 apólices (contratos de seguro) no próximo ano, com aproximadamente 60 mil hectares.

Para turbinar os planos, a companhia levantou R$ 384 mil da Poli Angels, grupo de investidores anjos fundado por ex-alunos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Depois de investir R$ 2,2 milhões em 8 startups em 2020, a associação quer dobrar o número de aportes neste ano.

O investimento chega em um momento oportuno para o mercado como um todo, já que em 2021, uma seca severa, seguida de duas grandes geadas, causou um prejuízo de R$ 11 bilhões apenas na safra do milho do Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. Em Minas Gerais, um levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostrou que o estado deveria colher cerca de 23.300 milhões de café beneficiado em 2021, quase 32,6% a menos do que na safra anterior.

E agora?

“O agronegócio é um mercado com muito potencial de inovação. Nosso objetivo é ajudar os produtores rurais de forma simples, rápida e segura, diz Daniel Miquelluti, diretor operacional da Picsel.

A plataforma usa inteligência, data science e conhecimentos de agrometeorologia e seguro rural para fazer uma análise rápida e precisa do risco do negócio. Com base nos resultados, desenvolve o seguro agrícola customizado para as necessidades de cada cliente. “O grande diferencial da startup é estar presente em todo o processo, desde a contação até a gestão dos sinistros, e fazer tudo de forma digital.”

Segundo Daniel, os recursos captados serão usados para as suprir as despesas operacionais e comerciais. A companhia pretende investir nas estratégias de marketing e go-to-market, além de aprimorar o sistema proprietário e os canais de venda.

Recém-aprovada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), a startup está em fase de atração dos primeiros clientes, sejam pessoas físicas ou jurídicas. Inicialmente, o foco das operações está nas regiões sul e sudeste do Brasil, mas a expectativa é abranger todo o país em até 3 anos. Para apoiar a expansão, a Picsel já está de olho em novos aportes, que devem acontecer ainda no primeiro semestre de 2022.

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