Sabe aquele plano de previdência cheio de regras engessadas, cláusulas ininteligíveis e rentabilidade duvidosa que você tem na sua empresa, ou oferece aos seus funcionários? Pois é. Uma das últimas fronteiras dos serviços bancários tradicionais está ganhando novos contornos.
A Onze, fintech de saúde financeira e previdência privada, levantou R$ 53 milhões em série A feita com a Ribbit Capital, que já investiu em nomes como Nubank, Warren – que levantou recentemente uma série C de R$ 300 milhões – e Guiabolso. O novo aporte se soma ao seed obtido no fim de 2019, de valor não divulgado, com a Red Ventures, berço da criação da Onze.
Segundo a empresa, que propõe uma “previdência reinventada” e se posiciona como a primeira prevtech do país, o montante captado na série A tem duas prioridades: expansão da equipe comercial e de parcerias com corretoras, assim como em melhorias nas suas soluções, adicionando novas funcionalidades.
Na foto: Rodrigo Neves (à esq), diretor de operações, e Antonio Rocha, fundador e presidente da Onze
Modus operandi
A Onze atua como uma espécie de Gympass para reserva de longo prazo, oferecendo planos de previdência para funcionários de empresas. Atualmente, ela tem em sua carteira 15 clientes de diferentes portes – de 50 a 2 mil funcionários. A meta é finalizar o ano com 100. A premissa da empresa, cuja receita vem da taxa de administração dos fundos previdenciários, é expandir o alcance da previdência privada no Brasil e tornar esse produto muito melhor do que ele é hoje.
A saúde financeira de funcionários está no alvo das fintechs já tem algum tempo com nomes como Xerpa, Facio e Creditas se dedicando aos empréstimos com juro mais baixos e contratação e controle simplificados. Mas a previdência privada é um mercado tão grande – e burocrático – quanto. De acordo com dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), o setor de previdência privada aberta atingiu o patamar histórico de R$ 1 trilhão em 2020. Ao todo, os depósitos somaram R$ 124,3 bilhões, com captação líquida de R$ 41,8 bilhões.
“Criamos nossa solução para eliminar as barreiras de uma indústria 90% concentrada nos grandes bancos”, diz o fundador e presidente da Onze, Antonio Rocha. O aplicativo desenvolvido pela prevtech permite ao RH das empresas gerir os planos e a saúde financeira de seus colaboradores, os quais têm acesso a check-ups financeiros periódicos, consultas individuais com especialistas, entre outros benefícios. Os planos de previdência oferecidos pela Onze contam com a estruturação da seguradora Zurich. O fundo Previdência Definitiva criado pela Onze investe 75% em renda fixa, 15% na bolsa brasileira, 5% na bolsa dos EUA e 5% em proteção em dólar.
De acordo com Rodrigo Neves, diretor de operações da Onze, o propósito da startup é claro: democratizar o acesso à previdência pelas empresas sem burocracia. “Previdência corporativa é um produto tradicionalmente complexo e, por isso, carecia de tecnologia e experiência. Esse era o tipo de desafio que casa bem com nosso DNA de inovação”, conclui.