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O amadurecimento do ecossistema de startups no Brasil tem sido um tema frequente nas rodas de conversas de quem está inserido nele. E a 180º Seguros tem tudo para se tornar um exemplo citado.

Nascida há menos de 1 ano, a companhia foi fundada por Mauro Levi D’Ancona e Franco Lamping, dois representantes da Nubank Mafia – ou seja, profissionais que trabalharam no neobank e saíram da empresa para montar um novo negócio – e por Alex Körner, um executivo da área de seguros que deixou o banco Santander para empreender.

Na foto: Alex Körner (à esq.), Mauro Levi D´Ancona e Franco Lamping

Com essa bagagem – e um pitch cheio de metas ambiciosas – a startup convenceu os fundos Canary, Dragoneer, Rainfall e mais 20 investidores anjo a lhe darem um cheque de R$ 44 milhões (US$ 8 milhões) em sua primeira rodada de investimento. É a primeira vez que os fundos americanos, que investem em companhias como Robinhood e Palantir, colocam dinheiro em uma rodada seed no Brasil

A proposta da 180º é atuar como uma corretora de seguros (ela já tem autorização da Susep pra isso) para empresas que querem oferecer seguros a seus clientes – o chamado embedded insurance, um segmento ainda pouco explorado no Brasil, que já teve um boom de insurtechs voltadas à venda de produtos próprios, como o a Pier, uns 6 anos atrás.

Imagina se o Startups quisesse incluir um seguro de vida como um benefício para os seus assinantes (não seria uma má ideia, né? ou seria?). Ao invés de ligar em diversas corretoras, eu iria na 180º e escolheria a opção mais adequada em seu marketplace. Ela faz todas as integrações, cria processos de comunicação e fica responsável por toda a jornada dos segurados e equipes de vendas.

Hoje, ela companhia tem acordos com 17 seguradoras e já atende 20 clientes, dentre startups e empresas de capital aberto – com um universo de 40 mil pessoas. “A gente já começou a operar com 5 clientes”, conta Mauro Levi D´Ancona, presidente e cofundador da companhia. Segundo ele, não há uma meta específica para até o fim do ano. “Eles vão surgindo. Não temos nem uma estratégia de vendas ainda. Vamos estruturar isso agora”, diz. Em termos de funcionários, o objetivo é dobrar, saindo dos atuais 25 para cerca de 50.

Em termos de seguradoras oferecidas, D´Ancona diz que a ideia é ter um leque grande de ofertas de modalidades de seguros, mas sem colocar mais de uma companhia por modalidade. “preferimos ter um parceiro por produto fazendo um bom trabalho do que ter um montão que nenhuma delas prioriza”, diz. Segundo ele, as seguradoras estão enxergando a 180º como um novo canal de vendas com custo de aquisição de clientes baixo (ou zero), não como um competidor.

Seed com corpinho de série A

O seed da 180º é o maior para o segmento de seguros na América Latina e tem porte de uma série A. Segundo levantamento feito pelo SlingHub a pedido do Startups, a média de valores investidos em uma série A no Brasil em 2021 está em R$ 43,3 milhões –R$ 1,2 milhão acima da média registrada em 2020. Até agora, foram 16 rodadas, contra 43 no ano passado como um todo.

Considerando que em uma rodada seed a diluição costuma ficar na faixa dos 20%, é possível estimar que a 180º vale hoje na faixa de R$ 220 milhões. Uma cifra bem expressiva para uma companhia recém-nascida.

“Temos uma ambição muito grande. O mercado de seguros é gigante, a oportunidade é enorme. Por isso estamos pisando no acelerador”, diz D´Ancona, que ficou no Nubank de 2016 até o ano passado, tendo sido responsável pela captação de recursos e relacionamento com investidores da companhia. Daí, aliás, que veio a relação com o fundo americano Dragoneer, um dos investidores do Nubank. Viu como tudo se encaixa?

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