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Não é de agora que se comenta como o Brasil é um dos maiores países do mundo quando se trata de games. Do número de jogadores à representatividade em competições de e-sports, o mercado continua evoluindo, inclusive com o aumento de estúdios desenvolvendo jogos por aqui. Pensando neste potencial, a startup Galaxies resolveu endereçar um crescente desafio deste segmento: empregabilidade. Para desenvolver a sua plataforma, uma espécie de LinkedIn para o público gamer, a empresa acabou de receber um aporte de US$ 750 mil (R$ 4 milhões).

A rodada foi liderada pela Airborne Ventures e OTF Capital, venture builder especialista em e-sports, além de um grupo de investidores anjo e advisors da FGV, o GVAngels. Com o aporte, a empresa quer acelerar o desenvolvimento de sua solução, se tornando um ecossistema de relacionamento entre players, criadores e outros profissionais dentro do ramo.

Fundada por Daniel Victorino, brasileiro residente em Londres, a ideia para o Galaxies partiu de uma carência do setor em ter informações consolidadas, tanto sobre os gamers, quanto aqueles que desejam trabalhar dentro do setor. “A visão foi construir uma plataforma que combine elementos como o do Duolingo, com capacitação e certificação dos skills dos gamers, com o LinkedIn, seus perfis e recursos sociais”, explica Daniel, em entrevista ao Startups.

Segundo o executivo, que também é CEO do negócio, o plano é atrair desde o gamer casual que deseja se comunicar de forma mais “séria” com o setor, seguindo páginas de times de e-sports ou estúdios, como também promover suas habilidades como streamers ou influencers, usando a parte de certificações para isso.

“Isso abre uma grande oportunidade para empresas e estúdios firmarem parcerias com produtores de pequeno e médio porte, segmentando por games, por exemplo. É um mercado com talento farto, mas ainda pouco servido em termos de informações consolidadas”, avalia Daniel.

Daniel Victorino
Daniel Victorino, fundador e CEO da Galaxies (Foto: Divulgação)

Para o seu primeiro ano, e com o aporte no bolso, o plano da Galaxies é adquirir massa crítica, trazendo especialmente os gamers casuais e fãs de e-sports para dentro. “Nesse primeiro ano temos a meta de 200 mil usuários ativos mensais. Engajamento e retenção dos usuários acabam sendo mais importantes que o número em si”, pontua Daniel.

O cadastro na plataforma e acesso à maioria dos recursos do Galaxies é gratuita, mas quanto à monetização, um dos modelos deve vir desta base B2C, através do oferecimento de passes premium de assinatura, com direito a cursos e eventos exclusivos.

O lado Gupy da plataforma

Se antes falamos dos lados LinkedIn e Duolingo da plataforma, a empresa tem como uma de suas fontes de receita iniciais uma outra camada: a de ser uma plataforma de aquisição de talentos, uma espécie de Gupy para os gamers. Essa empreitada já deve começar nos próximos meses, voltada aos fãs de e-Sports.

A startup fechou parceria com as equipes TeamOne Esports e Red Canidis para fazer suas peneiras usando a plataforma da empresa. Segundo Daniel, o plano é que o Galaxies se torne o ponto de referência para o scouting de novos jogadores profissionais.

“Antes esses torneios eram feitos pelos próprios times, na base do formulário de google e planilha, e tem peneiras que chegam a 100 mil inscritos. No nosso sistema, eles farão isso de forma mais estruturada e trackeável, inclusive para apresentar aos patrocinadores”, afirma Daniel.

Com esta experiência, a empresa espera expandir isso no próximo ano, trazendo publishers e desenvolvedoras para dentro da plataforma, a fim de que elas também possam atrair e selecionar seus talentos dentro da plataforma. Segundo Daniel, este foco no B2B deve se intensificar a partir de 2023, inclusive trazendo recursos para que estas empresas se comuniquem de forma mais precisa com seus fãs quanto a novos lançamentos ou oportunidades.

Foco no Brasil

Ao falar do Galaxies, Daniel aponta que tem uma plataforma com potencial além do mercado brasileiro, mas no momento o foco é total nos gamers locais. Hoje o Brasil figura como o 13º maior do mundo quando se trata de games, com uma massa de aproximadamente 63 milhões de pessoas que “curtem um joguinho”, segundo dados do Censo Brasil Gamer.

Para atrair mais público nestes primeiros meses, a empresa está fechando parcerias com Youtubers do segmento para a produção de seus primeiros cursos gratuitos. “Eles vão divulgar os cursos e assim trazer mais pessoas para a plataforma”, explica Daniel. Além disso, a startup já está preparando o lançamento da versão mobile da plataforma.

Ainda falando sobre o mercado brasileiro de games, um ponto interessante citado por Daniel foi o dos desafios de empresas do seto em levantar rodadas no Brasil. Segundo ele, muitos VCs ainda não estão familiarizados com o mercado gamer da região, sendo que é um dos que mais crescem nos últimos anos.

“É uma indústria e uma discussão que vai liderar a próxima fase tecnológica, especialmente com o crescimento do metaverso”, finaliza.

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