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O Google anunciou R$ 8,5 milhões em recursos adicionais para o Black Founders Fund, programa de fomento a empresas com pessoas negras em seu quadro societário, e a primeira turma de empreendedores brasileiros a serem apoiados este ano.

Com o objetivo de endereçar a dificuldade de acesso a crédito por fundadores negros ao investir sem contrapartida ou participação societária, o Black Founders Fund já havia investido R$ 5 milhões desde seu lançamento no Brasil em 2020. Além de capital, o Google também apoia os fundadores com mentoria e créditos em produtos da Big Tech.

O foco é investir em startups em estágio inicial de desenvolvimento que estão buscando uma rodada seed e usam tecnologia como parte de um negócio já operante com possíveis clientes. Desde seu lançamento, o fundo já investiu em 33 startups lideradas por pessoas negras, de 8 estados brasileiros. As empresas criaram cerca de 170 empregos – 85% contrataram desde que passaram pelo programa. Cerca de 25% levantaram novas rodadas e o adicional levantado pelas empresas apoiadas pelo Google chegou a R$25 milhões.

Segundo André Barrence, diretor do Google for Startups, não há uma meta em termos de quantas startups serão investidas ao longo da vida desta nova fase do fundo. O número de startups apoiadas na nova turma – quatro, comparado aos grupos anteriores, que tinham mais de uma dezena de fundadores – reflete o desejo de focar na qualidade das empresas selecionadas, ao invés da quantidade. “Mais do que buscar um número determinado de startups, queremos buscar as melhores, para que possamos ajudá-las a crescer”, aponta.

Ao mesmo tempo, o diretor do Google nota que o fundo terá que acompanhar a evolução do mercado de startups no Brasil. “Atualmente, os cheques são muito maiores do que dez, cinco ou mesmo dois anos atrás,” pontua o executivo, acrescentando que o fundo não vai liderar aportes, mas buscará “compor rodadas de forma relevante”.

Em relação aos setores de foco do fundo, que contempla os setores de saúde, turismo, educação, marketing, produtos e serviços para mulheres e jurídico, André ressaltou que o fundo continuará olhando para estes segmentos, mas também considerará outros negócios fora destas áreas de atuação que o Google entenda serem promissores.

As startups selecionadas em 2022

Entre as empresas que serão apoiadas na nova turma, está a a Octa, startup com foco no setor de desmontagem e reciclagem de veículos. A companhia foi criada em 2021 por Arthur Rufino – filho de Geraldo Rufino, fundador da JR Diesel, que hoje é uma das maiores empresas da América Latina em reciclagem e desmontagem de veículos – e Daniel Oelsner Lopes, sócio da Fisher Venture Builder.

Com o objetivo de endereçar as complexidades da cadeia de desmanches de veículos e aproveitar as oportunidades de um mercado endereçável de cerca de R$ 20bilhões, a Octa tem uma plataforma de originação de veículos para desmanche em formato de marketplace, além de uma plataforma que pode ser licenciada por centros de desmanche veicular, bem como um produto digital que viabiliza a venda de peças de reuso.

Outra empresa selecionada é a UX para Minas Pretas, startup liderada por Karen Santos e Germanna Rosa. A empresa tem foco na capacitação e empregabilidade para mulheres negras na área de user experience (UX).

No começo deste mês, a edtech falou com o Startups sobre a transição de projeto educational sem fins lucrativos para se tornar um negócio de fato. Em sua nova fase, a UXMP pretende formar cerca de 3 mil alunas este ano em todo o Brasil em 2022 através de um modelo remoto, com workshops e imersões, além de programas de treinamento extensivos.

A Unmaze, plataforma online de ensino de inglês, também faz parte da nova turma de fundadores negros apoiados pelo Google. A startup de Belo Horizonte liderada pelo empreendedor angolano Robson Alberto conecta professores particulares a alunos e atende todas as necessidades do professor – desde a captação de alunos, até produção e gestão de pagamentos.

Entre os fundadores da edição de 2022 do Black Founders Fund também está a Yoobe, startup de Curitiba que oferece uma solução automatizada para empresas que viabiliza a criação, produção, logística e entrega de produtos personalizados frequentemente vistos em kits de boas vindas para novos colaboradores, os chamados swags. A plataforma também tem em seu roadmap a criação de um marketplace de produtores de artistas e prestadores de serviços, incluindo pessoas negras e indígenas em todo o Brasil, que muitas vezes tem dificuldade em vender para empresas.

Entre os co-fundadores da empresa, está o empreendedor serial e pesquisador da área de blockchain Genau Lopes. Antes da Yoobe, Genau criou a Joox, startup que operou entre 2010 e 2017, cujo foco era a entrega de produtos impressos customizados através de um sistema automatizado.

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