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O lítio, aquele mineral conhecido por seu uso na fabricação de baterias de longa duração, é o protagonista do mais novo projeto econômico-social do governo de Minas Gerais. Nesta terça (9), o governador Romeu Zema lançou, em Nova York (na Nasdaq), a iniciativa Vale do Lítio (Lithium Valley Brazil).

O objetivo da ação idealizada pela Invest Minas, Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais, é desenvolver cidades do Nordeste e Norte do Estado em torno da cadeia produtiva do lítio, gerando mais empregos e renda para a população das duas regiões. Desde 2019, a Agência participou da assinatura de iniciativas que somam R$ 280 bilhões em investimentos em Minas Gerais e que impactam na geração de mais de 600 mil empregos.

Fazem parte do Vale do Lítio 14 cidades: Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Virgem da Lapa, Teófilo Otoni e Turmalina, no Nordeste de Minas, e Rubelita e Salinas, no Norte mineiro. Segundo informa a Agência Minas, tais municípios abrigam a maior reserva nacional de lítio.

De acordo com o governador, o lançamento do projeto na Nasdaq significa que Minas Gerais está mostrando para o mundo o grande potencial que tem na produção do metal estratégico, que terá, segundo ele, papel fundamental na transição energética.

“Queremos que o Vale do Jequitinhonha se transforme no vale da tecnologia para a produção de baterias e demais produtos de valor agregado”, afirmou Romeu Zema durante o lançamento. O governador lembrou, ainda, que o lítio faz parte da geração de energia limpa, uma vez que o mineral proporciona boa parte do armazenamento da energia nas baterias.

O potencial do lítio

O Brasil está entre os países com maior potencial de extração do lítio, ao lado de Chile, Argentina, Estados Unidos, Canadá e Austrália. No entanto, o Vale do Lítio oferece diversos diferenciais competitivos que potencializam os investimentos. Tá aí uma oportunidade para muita startup ficar de olho.

O lítio encontrado em Minas, por exemplo, tem uma pureza alta, ao contrário da maioria dos outros países, o que facilita o uso na fabricação de baterias mais potentes. Além disso, a extração em terras mineiras utiliza menos água que o modelo tradicional, tornando o processo menos nocivo ao meio ambiente.

Estudos do Serviço Geológico Brasileiro (CPRM) indicam também a existência de 45 jazidas no Vale do Lítio com grande potencial econômico, o que poderá aumentar em 20 vezes as reservas comprovadas do mineral na região, garantindo o fornecimento da matéria-prima por um longo prazo. 

“O Vale do Lítio tem condições de ser um dos principais polos mundiais de fabricação e de desenvolvimento de tecnologias nesse setor. Estamos prontos para auxiliar os investidores com todas as informações disponíveis para que tragam seus projetos para Minas Gerais e aproveitem essa oportunidade de negócio”, disse o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga. 

Atualmente, a Companhia Brasileira de Lítio (CBL) está em operação no Vale do Jequitinhonha. Enquanto isso, a Sigma obteve licença operacional em março e escoará a primeira leva da produção ainda este mês.

Outras empresas, como Latin Resources, Atlas Lithium e Lithium Ionic estão atuando no programa de sondagem. Em Nazareno, cidade na mesorregião do Campo das Vertentes, a AMG também já produz o concentrado de lítio e irá investir em uma planta química para transformar concentrado em carbonato.

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