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A definição de hacker ainda é bastante discutida e causa muita confusão por aí. Engana-se quem pensa que todo hacker está relacionado ao cibercrime, invadindo computadores para roubar dados. Esse profissional (sim, hacking é uma profissão) realmente invade um sistema, mas é contratado e pago a favor da segurança, para encontrar brechas e vulnerabilidades.

É o caso do pentester Igor Rincon, profissional contratado por empresas para encontrar possíveis falhas de segurança no sistema e, assim, repassar a bucha ao time de desenvolvimento ou TI para as devidas correções. Tá, mas o que é um pentester? A palavra deriva de penetration test, ou teste de penetração traduzindo para o português. Sim, neste momento da entrevista o nível de maturidade 5ª série falou mais alto e ambos caímos na risada.

Igor começou a mexer com computadores aos 7 anos e, com 9, foi picado pelo bichinho do hacking, quando conseguiu jogar de graça um jogo que era pago. Ali, sentiu o poder de subversão, ou seja, de desordenar o previamente estabelecido. E assim, foi aprendendo a hackear na prática. Em relação à teoria, ainda não existe uma formação para hackers, somente o ensino de técnicas para hacking difundidas pela internet.

“Brinco que o hacker, na verdade, é uma pessoa como outra qualquer, mas que olha as coisas com outra perspectiva, tem um interesse maior em como as coisas funcionam”, diz Igor. Para ele, hacking é mais que conhecimento e curiosidade, é um estilo de vida. 

Igor Rincon, hacker e fundador da Hacking Esports

Unindo hacker e eSports

Além de trabalhar como freelancer para algumas empresas, Igor também se dedica ao seu próprio negócio, a Hacking Esports. A empresa foi criada em 2020 com o intuito de disseminar a prática hacking no mundo e combater a visão global de que é feita apenas por criminosos. 

Mas antes de contar como ele uniu o hacking ao eSports, voltemos ao início da pandemia, quando Igor começou a produzir conteúdos e fazer lives no Twitch sobre como hackear computadores. Não demorou muito para atrair muitos curiosos e aumentar o engajamento na plataforma. “Comecei então a competir com amigos, para ver quem conseguia hackear uma máquina primeiro. Com tantas pessoas assistindo, enxerguei ali uma oportunidade a ser explorada”, conta.

Se juntou a alguns amigos e criou o UHC (Ultimate Hacker Championship), um campeonato hacker semanal onde 10 hackers do mundo todo participavam. Quem conseguisse invadir uma máquina criada especialmente para o evento, ganhava R$ 1 mil. Foram 38 edições, transmitidas ao vivo pelo Twitch. Até que o dinheiro acabou e, para prosseguir com o campeonato, Igor decidiu, com mais 3 sócios, fundar a Hacking Esports.

Além do patrocínio com o UHC, cuja atual edição terá uma final presencial realizada em São Paulo em julho de 2022, a empresa fatura com outros 2 produtos: o Find your Hacker, espécie de UHC que empresas fazem internamente para reconhecer e engajar seus talentos, e o Employee Experience, que permite às empresas realizarem um campeonato externo para recrutar talentos.

“Não me defino como um ‘hacker do bem’, como muitos gostam de entitular. É um estigma que já pressupõe que hacker é criminoso, e não é bem assim. Há anos a mídia divulga a persona hacker erroneamente”, completa Igor. Recado dado! 

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