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Hostgator faz sua 1ª aquisição no Brasil e ataca no e-commerce

Por um valor não revelado, empresa comprou a DLoja Virtual, passando a oferecer uma plataforma de criação de lojas virtuais

Hostgator
Hostgator. Crédito: Canva

A Hostgator é conhecida por ser um dos principais players globais de hospedagens de sites, mas para o mercado brasileiro, ela está se movimentando para abocanhar novas verticais. De olho no potencial do e-commerce daqui, a companhia acaba de anunciar a aquisição da empresa gaúcha DLoja Virtual, seu primeiro M&A no Brasil.

Com a aquisição, cujo valor não foi divulgado, a Newfold Digital (holding que controla a Hostgator) quer ampliar a sua oferta de produtos e serviços no país, utilizando a presença e o know-how que ela já possui em hospedagens de sites para entregar uma solução otimizada para comerciantes de pequeno e médio porte que desejam montar suas lojas virtuais.

Com as ferramentas da DLoja Virtual dentro da plataforma da Hostgator, o plano da companhia é permitir que os usuários criem suas lojas virtuais em minutos, contando com mais de 100 funcionalidades e integrações com soluções parceiras como gateways de pagamento, logística, cadastro de itens- inclusive com outros marketplaces.

“Um dos diferenciais está nos recursos nativos que apoiam as estratégias de marketing e vendas do pequeno negócio, como promoção em redes sociais e de anúncios, otimização para buscadores, entre outros”, destacou a Hostgator em nota à imprensa. A oferta também terá sinergias com a os produtos da Hostgator como o registro de domínios e contas de e-mail profissionais.

De acordo com a multinacional, a compra da startup brasileira é um passo novo para a marca, que já atendia clientes que operavam lojas virtuais, mas contavam com estruturas mais simples, que precisavam de gerenciamento integradas a plataformas de conteúdo como o WordPress.

Estratégia para o Brasil

Ao falar da aquisição, a Hostgator citou o grande potencial do mercado que ela deseja atingir ao entregar novos serviços. Segundo dados da consultoria britânica Retail X, em 2022 o e-commerce nacional chegou a um faturamento de aproximadamente R$ 250 bilhões.

“Nossos clientes estão buscando cada vez mais por ofertas de comércio eletrônico, e a DLoja Virtual irá nos prover um caminho para unirmos a capacidade de gerar negócios da Hostgator com uma nova solução de e-commerce que já tem produto e recursos para atender clientes no Brasil”, diz Sharon Rowlands, CEO da Newfold Digital, em nota.

De olho neste mercado aquecido, a companhia resolveu olhar para o mercado e ser rápida na oferta de um produto já pensado no mercado digital brasileiro. Para encurtar o caminho, a companhia avaliou diversas plataforma e viu na startup gaúcha – de Canoas, cidade vizinha a Porto Alegre – a parceira ideal.

“Percebemos também que a taxa de sucesso dos lojistas que usam a plataforma DLoja Virtual era muito superior que as médias de mercado. Enquanto na maioria do segmento apenas 10% dos clientes registram vendas mensais em suas lojas, nos clientes deles, mais de 50% vendem produtos de forma recorrente”, destaca Robledo Ribeiro, head da Hostgator Brasil, em comunicado.

Além disso, segundo pontua a companhia, o perfil de cliente próximo ao da Hostgator abre oportunidades para escalar a solução utilizando a base de clientes que a provedora de hospedagem já possui no Brasil e América Latina. A empresa não abre números regionais de usuários, mas globalmente ela afirma ter sete milhões de clientes.

Concorrência no e-commerce

O nome da Hostgator carrega um peso, mas ao “atacar” o mercado de plataformas otimizadas para comerciantes digitais, ela está concorrendo com outros nomes famintos para conquistar seu público-alvo. O principal nome é, sem dúvidas a Locaweb, que construiu um ecossistema de ofertas para pequenos e médios vendedores por meio de aquisições e desenvolvimentos próprios. NA lista está, inclusive, a KingHost, que compete de frente com a Hostgator.

A Shopify, é uma gigante global com mais de 131 milhões de clientes, e que ainda atua de forma limitada no Brasil – por exemplo, a cobrança ainda é em dólares. Outro nome grande é o da Nuvemshop, que no ano passado investiu cerca de R$ 30 milhões para intensificar seu ritmo de crescimento e gerar novas receitas. Em 2021, ela recebeu uma rodada unicórnio de investimento de R$ 500 milhões. A captação foi liderada pelos fundos Insight Partners e Tiger Global Management.

Um player menor que está também na briga é a Cartpanda, que está investindo em crescer no mercado nacional, apostando uma oferta mais ajustada e personalizada para o perfil de cliente brasileiro. Ela ainda não é tão conhecida, mas tem nomes fortes na sua retaguarda: a startup faz parte de uma recente turma de aceleração da Y Combinator.