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O iFood quer levar ao governo até o fim de junho a proposta de criação de um novo regime trabalhista no Brasil. A ideia é que essa 3ª modalidade tenha alguns benefícios, mas não tudo o que está previsto na CLT. Algo entre um MEI e um CLT.

“Não existe aqui a segurança de um CLT, mas também não é um empreendedor que toca um risco desproporcional. É alguém no meio do caminho. Essa pessoa aqui precisa, no mínimo de determinadas proteções sociais. Não é uma discussão de salário mínimo. Mas é uma discussão mas de INSS. Não é uma discussão de férias e 13º. Mas é uma discussão de seguro.”, disse Diego Barreto, vice-presidente financeiro e de estratégia do iFood em entrevista ao Startups.

Segundo ele, a companhia está em conversas com outras empresas e organizações para apoiar a proposta e apresentá-la como uma demanda do mercado. Mas a tendência é que ela a apresente sozinha. “A gente vai defender a contragosto da maioria das empresas do mercado. A maioria delas quando a gente conversa fala ‘cara, não faz isso, é custo’, é não sei o que. O ponto não é esse”, disse. “A gente gera renda, mas falta proteção social”, completou. Segundo ele, a maioria dos entregadores que usam o iFood trabalham de 5 a 6 horas por dia, entre 5 a 6 vezes por semana, e ganham próximo de 2 salários mínimos.

Ponto sensível

A relação entre trabalhadores e aplicativos é um dos pontos sensíveis da chamada gig economy, que tem como representantes iFood, Rappi, Uber entre outros.

Entregadores e motoristas não têm vínculo empregatício com as plataformas, por isso acabam ficando sem direito aos benefícios previstos nas leis trabalhistas atuais. Vira e mexe, um novo processo ou proposta de lei aparece para propor esse vínculo.

Na avaliação de Barreto, esse já é um assunto resolvido. “Se você pegar a jurimetria, os casos envolvendo vínculo trabalhista, 99,9% o ganho é da plataforma. As empresas atuam dentro da lei”, disse.

Mas se sob o ponto de vista jurídico a questão está sacramentada, pelo lado social ainda há espaço para discussão, por isso a proposta do novo regime trabalhista – que para Barreto não tem nada de novo, na verdade. “O eletricista que vai em diferentes casas todos os dias para poder ter a sua renda é um trabalhador sob demanda. A plataforma só deu mais velocidade para isso. Mas o sob demanda existe desde sempre”, disse.

Nova economia, o livro

Barreto acaba de lançar o livro Nova Economia: Entenda por que o perfil empreendedor está engolindo o empresário tradicional brasileiro.

A ideia, segundo ele, é mostrar para o brasileiro – especialmente quem não está na Faria Lima – como o atual boom de criação de startups e de adoção de inovação pelas empresas está abrindo novas oportunidades e caminhos para o Brasil. “Esse livro não é para o diretor do Nubank, ou para o fundador do Gympass. Esse livro é para as pessoas que estão dizendo assim: será que isso é pra mim? E a resposta é, o Brasil tá te oferecendo isso. Não é mais uma pessoa de sorte”, disse.

Amanhã (27), Barreto ele vai fazer um webinar com a participação de nomes como: Fabrício Bloisi (CEO do iFood); Cris Arcangeli (Shark Tanker) e João Kepker (CEO da Bossa Nova), entre outros.

Os ingressos estão à venda pelo site do evento.

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