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InfoPrice recebe aporte de R$ 15 mi para levar precificação dinâmica a pequenos e médios lojistas

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A precificação dinâmica, feita com base em informações sobre concorrentes e até contexto e perfil de quem está comprando, já é uma realidade no comércio eletrônico há algum tempo. Mas em pleno 2021, continua sendo um desafio para donos e donas de lojas físicas, principalmente aqueles de pequeno e médio portes – principalmente por conta do custo atrelado ao uso dessas tecnologias.

Mas esse cenário pode mudar se os esforços da InfoPrice surtirem o resultado esperado. A companhia que completa 8 anos nesta semana, e que já fez parte da antiga B2W (hoje Americanas), acaba de levantar uma rodada de R$ 15 milhões para turbinar o plano de tornar a precificação dinâmica mais acessível ao varejo.

O aporte foi liderado pela Indicator Capital, com R$ 10 milhões de seu fundo de internet das coisas, e foi complementado pela TM3 Capital, do fundador da Bematech, Marcel Malczewski, que já era investidora da companhia desde 2018.     

A estratégia de crescimento, que já está em curso, tem surtido efeito. Segundo Paulo Garcia, cofundador e presidente da companhia, o número de clientes atendidos, que em praticamente toda a história da operação ficou na faixa de 30 grandes nomes, agora em outubro chegou a 100 por conta da ampliação do leque para negócios menores.

Outra mudança foi a redução no ciclo de vendas, que está em 30 dias, uma vez que as redes menores conseguem fechar contratos mais rapidamente. O varejo alimentar e farmácias e drogarias são as principais áreas de atuação, mas ela também tem clientes nos segmentos de eletro, home center, entre outros.

Como resultado da ampliação do foco, a receita nos últimos 12 meses – medida em caráter recorrente, por se tratar de uma oferta no modelo de assinatura – dobrou, chegando a R$ 20 milhões. Para o ano todo, o valor deve mais que dobrar. E a ideia é manter esse ritmo. “O plano é agressivo. A gente sabe que o mercado potencial é gigantesco. Temos uma máquina comercial robusta e queremos expandir isso”, diz Paulo. Para ele, o cenário atual de incertezas na economia e inflação em alta só reforça a necessidade desse tipo de investimento por parte do varejo.

Segundo Thomas Bittar, sócio da Indicator responsável pelo investimento, a rota de expansão passa também pelas aquisições e pela consolidação do mercado para dar ao negócio mais musculatura e prepará-lo para uma captação de recursos mais robusta em breve.

Hoje a InfoPrice atua em 5 frentes: monitoramento dos dados da concorrência, mapeamento de oportunidades (retail analytics), gestão, sugestão e execução de preços e promoções. Isso é feito com o uso de equipamentos e sistemas desenvolvidos pela própria companhia. Dois projetos que estão em execução no momento são a criação de algoritmos de precificação usando machine learning, por meio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas, da FAPESP, e o desenvolvimento de etiquetas inteligentes mais acessíveis. Atualmente elas custam na faixa de US$ 7 cada, o que assusta os lojistas.

Fundada no fim de 2013 por 4 alunos da Escola Politécnica da USP (sendo que um deles deixou o negócio pouco depois), ela recebeu já em 2014 e ainda na fase de PowerPoint, um investimento de R$ 2 milhões da Arpex Capital. Com isso, passou a fazer parte da Sieve, uma unidade que reunia 5 empresas que atuavam com monitoramento de dados e precificação dinâmica para o comércio eletrônico. Em meados de 2015 a divisão foi vendida para a B2W por R$ 130 milhões.

As coisas não caminharam como esperado e 3 anos depois, em 2018 os sócios fizeram um acordo para recomprar a operação. O negócio foi efetivado por meio de uma injeção de R$ 11 milhões feita pela TM3.

Para Thomas, essa experiência acumulada pela companhia foi um diferencial na hora de avaliar o investimento. “Eles já passaram por muitos ciclos, fizeram muito com pouco”, diz, acrescentando que o negócio está perto do break even – mas vai entrar no ritmo de queima de caixa para crescer.

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