Durante boa parte do ano o assunto foi a queda no volume de investimentos em startups – o chamado inverno do VC – especialmente em relação ao ano recorde que foi 2021. Entretanto, segundo um novo relatório da Latitud, os números mostram que o tombo pode não ter sido tão grande assim.
De acordo com o levantamento, do 1º ao 3º trimestre de 2022, as startups latino-americanas fecharam 874 rodadas de investimento, o que torna este ano o 2º melhor na série histórica. 2021 ainda lidera com um total de 1.150 rodadas, mas a diferença pode encurtar, já que os dados do último trimestre deste ano ainda estão para ser contabilizados.
O LatAm Tech Report, um relatório abrangente (são mais de 380 páginas), reúne informações sobre o ecossistema em verticais como fintechs, e-commerce, proptechs e outras. Segundo aponta o estudo, o ecossistema de startups na América Latina vive um outro momento após a transformação digital acelerada pela pandemia, e os números sustentam isso.
“Após mais de 2 anos de vida pandêmica, o salto da digitalização persistiu além das tendência globais. E ainda que 2021 tenha trazido um boom atípico no número de negócios (e altas avaliações), a região continua prosperando”, destacou a Latitud no documento.
Um dos destaques no estudo foram as fintechs, que segundo a Latitud são um dos motores do ecossistema latino atual. Especificamente, para o segmento B2C, a empresa ainda vê uma grande oportunidade para a criação de novas fintechs, sem prever uma baixa em investimentos para negócios early stage.
No cenário regional, o Brasil ainda está disparado na frente, com 689 fintechs, seguido do México, com 486. Em termos de investimentos, a concentração do Brasil nas fintechs B2C é ainda maior, com 80% dos aportes captados desde 2014.
“Com o aumento de investimentos, novos players estão entrando e oferecendo novos tipos de soluções e funcionalidades para diferentes produtos financeiros. Entre as principais inovações, destacamos novos gateways de pagamento, modelos alternativos de análise de crédito, automatização de processos e surgimento de sistemas financeiros autônomos, biometria e comandos de voz”, explica a Latitud no relatório.