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A economia global tem feito as pessoas repensarem a forma como fazem seus investimentos e apostar suas fichas em ofertas mais seguras. No venture capital, os investidores já começaram a reduzir o ritmo de aportes em startups temendo os efeitos da alta taxa de juros, da instabilidade política, da guerra e qualquer outra coisa que apareça no cenário.

Com efeito dessa maior reticência, as empresas listadas em bolsa passam por um momento complicado. O Nubank, que estreou na bolsa como o banco mais valioso da América Latina, avaliado em US$ 41,5 bilhões e com papéis sendo vendidos a mais de US$ 9, viu seu valor de mercado cair para US$ 40 bilhões em maio deste ano – equivalente a um terço do valuation do Itaú.

A VTEX estreou na Nasdaq em julho/21 com a ação valendo US$ 25, avaliada em US$ 3,5 bilhões. De lá pra cá, o papel caiu 83%. No ano de 2022, o recuo acumulado é de 59%. Hoje a ação vale na casa dos US$ 4. Com a queda, a companhia perdeu seu status de unicórnio, sendo avaliada na faixa dos US$ 800 milhões. A companhia, assim como outras gigantes como Loft, QuintoAndar, Facily e LivUp, precisou fazer cortes em seu quadro de funcionários para se ajustar às circunstâncias.

Como se tudo isso não bastasse, o apetite pelas criptomoedas também diminui. A priincipal referência no setor, o bitcoin perdeu metade do valor em 6 meses. No dia 10 de maio, a moeda digital atingiu seu menor nível em um ano, chegando a pouco mais de US$ 29 mil pela manhã, de acordo com a plataforma Refinitiv. Outras criptomoedas também foram atingidas – ethereum, binance, solana e cardano caíram cerca de 15% na semana anterior e a dogecoin, 10%.

Com um cenário tão negativo, é possível que você esteja sem saber para onde correr. Mas saiba que nem tudo está perdido (ainda) e está na hora de buscar formas de diversificar sua carteira. A solução pode estar nos investimentos alternativos, que não sofrem com a volatilidade da bolsa de valores, são pouco afetados por crises políticas e financeiras, mas também podem apresentar liquidez mais baixa.

O Startups selecionou 5 plataformas para fazer investimentos alternativos com possibilidade de grandes retornos. Veja a seguir:

Masterworks

Já pensou em investir em obras de arte de pintores renomados? Com o Masterworks isso é possível. O aplicativo permite que os usuários comprem pedaços de pinturas como se elas fossem empresas de capital aberto e lucrem com a valorização dos quadros. Nomes como Monet, Banksy, Andy Warhol, Keith Haring e Joan Mitchell estão no portfólio.

A plataforma compra e armazena as obras por 3 a 10 anos e não exige um valor mínimo de investimento para adquirir uma participação. Os acionistas são pagos quando a startup vende a pintura, distribuindo os rendimentos aos investidores proporcionalmente ao número de ações que eles detém.

Disponível para Android e iOS, o app cobra uma taxa anual de 1,5% em cada obra de arte e fica com 20% dos lucro das peças vendidas. As movimentações são validadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dos Estados Unidos – a Securities Exchange Commission (SEC). Se o usuário não quiser esperar a venda de um quadro, pode negociar suas ações em um mercado secundário.

Para fazer parte da Masterwoks os usuários precisam passar por uma entrevista com a equipe, o que torna o grupo de investidores ainda mais exclusivo. Segundo o fundador da startup, Scott Lynn, os investimentos geram um retorno mínimo de 10%. A startup virou unicórnio no ano passado, após levantar uma série A de US$ 110 milhões. O round foi liderado pelo fundo Left Lane Capital, com participação da Galaxy Interactive e da Tru Arrow Partners.

Balko

A fintech Balko nasceu com a missão de democratizar investimentos alternativos para pessoas físicas. A plataforma web oferece investimentos em precatórios – títulos de dívida que o governo tem que pagar após uma ação judicial – com retorno entre 15% e  25% ao ano.

O usuário cria uma conta grátis e acessa as oportunidades de investimentos livre de cobranças. A seleção dos precatórios é feita por um time de especialistas jurídicos e financeiros que analisam as opções para garantir que os investimentos sejam seguros e realmente rentáveis.

O investimento mínimo e máximo é definido em cada oferta. Ao comprar um papel, o usuário assina um contrato digital e recebe um título da dívida. O investidor pode recolher a valorização (que inclui juros e o deságio) quando o dinheiro for pago.

Até o ano passado a startup brasileira já havia feito 22 rodadas de investimento em precatórios. Segundo o Finsiders, a companhia geria um portfólio de ativos de mais de R$ 17 milhões em 2021 para seus clientes em mais de 45 ativos.

DXA Invest

No ano passado, a fintech DXA Invest lançou uma plataforma para que os usuários invistam em private equity com aportes a partir de R$ 50 mil. Na época, o presidente da gestora, Oscar Decotelli, contou ao Startups que a ideia não era funcionar como um crowdfunding, com as empresas se candidatando a campanhas de captação, e sim manter o perfil de buscar as oportunidades que se encaixem nas teses dos investidores.

A proposta é focar em ativos da economia real. “Tudo direta ou indiretamente relacionado a consumo é interessante. Saúde, educação, logística. O mercado pet e alimentação saudável são verticais que estamos olhando muito. Novos comportamentos do consumidor”, afirmou o executivo.

A DXA tem mais de R$ 1 bilhão de ativos sob gestão e oferece um dashboard proprietário para que o usuário controle todos os seus investimentos da carteira. O alvo é ter retornos de 4 a 6 vezes o valor investido. A DXA cobra 1,5% anualmente pela gestão dos ativos, com 15% de taxa de performance.

OpenSea

Para quem quer se aventurar no universo dos NFTs (token não fungíveis), a OpenSea pode ser uma boa opção. Disponível na AppStore e no GooglePlay, a plataforma funciona como um marketplace de NFTs, permitindo a compra e venda dos tokens com criptomoedas. Os usuários podem criar os seus próprios NFTs e negociá-los com potenciais compradores.

Hoje, são mais de 80 milhões NFTs, 600 mil usuários e US$ 20 bilhões transacionados pela plataforma. Para as transações, a plataforma inclui carteiras como MetaMask, Coinbase Wallet, Bitski, TrustWallet, entre outros. O app traz rankings com as artes digitais que tiveram maior volume de transações no último dia, semana, mês ou de todos os tempos. Durante os leilões, é possível acompanhar os lances e a verificar como anda a valorização dos itens.

Em março do ano passado, após crescer mais de 100 vezes em volume transacionado em apenas 6 meses, a startup levantou uma série A de US$ 23 milhões liderada por Andreessen Horowitz. Quatro meses depois, a companhia recebeu um novo aporte de US$ 100 milhões também do a16z. Em janeiro de 2022, a startup fechou uma série C de US$ 300 milhões com a Paradigm e a Coatue. A nova injeção de dinheiro elevou sua avaliação de mercado para US$ 13.3 bilhões.

Vale destacar que o mercado de NFTs (token não fungíveis) começou 2022 em queda. Segundo uma pesquisa da Chainalysis divulgado pelo portal E-Investidor, do Estadão, a atividade despencou de US$ 3,9 bilhões no início de em fevereiro para US$ 964 milhões no mês seguinte – o menor nível desde a 1ª semana de agosto de 2021. No entanto, talvez ainda seja cedo para saber se a moda realmente acabou, já que o setor segue consquistando marcas famosas e celebridades em todo o mundo, incluindo Neymar, Snopp Dogg, Mark Cuban, Eminem e Serena Williams.

Hurst Capital

Fundada em 2017, a fintech brasileira Hurst oferece diversas opções de investimentos alternativos, entre elas a compra de royalties musicais. Esses royalties são direitos vindos da reprodução das canções e são pagos aos músicos, artistas e donos da música.

Ou seja, cada vez que a canção é reproduzida em algum lugar (TV, cinema, streaming, etc), um valor é cobrado e direcionado para quem tem os direitos. Quanto mais uma canção é reproduzida, mais dinheiro ela vai gerar.

A Hurst paga antecipadamente, com deságio, para adquirir os direitos das músicas e depois vende os royalties, fracionando a operação entre os investidores para remunerá-los posteriormente com o lucro alcançado. Antes de investir, o usuário pode analisar os riscos e as oportunidades de cada oferta, verificar 3 cenários possíveis – otimista, base e pessimista – e simular um investimento.

A plataforma conta com um portfólio de músicas sertanejas, MPB, forró, axé e até trilhas infantis. Os investimentos podem ser feitos a partir de R$ 10 mil e, segundo a startup, rendem em torno de 15% ao ano. Os ativos podem ser negociados no mercado secundário desde que seja feito na própria plataforma, disponível na web, Google Play e PlayStore.

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