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Investimentos do SoftBank despencam na América Latina

Novos números da Pitchbook revelam uma queda de 71% em deals fechados na região

Canva
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Os investimentos liderados pelo SoftBank, que liderou a onda de interesse de fundos de venture capital na América Latina, tem despencado na região, segundo novos dados divulgados pela Pitchbook.

O total de deals na região teve uma queda em investimentos de 71% comparado ao recorde de US$ 7.1 bilhões registrado no terceiro trimestre de 2021, de acordo com a plataforma. Ao mesmo tempo, o fundo de Masayoshi Son, que tinha liderado um terço das transações no ano passado, também teve um declínio em investimentos no 1T22.

Os dados da Pitchbook sugerem que o SoftBank investiu US$ 1.57 bilhão no segundo trimestre deste ano, comparado com os US$ 4.31 bilhões investidos nos dois trimestres anteriores.

A plataforma ressalta o papel que o SoftBank teve em gerar interesse para outras grandes gestoras, como a Tiger Global e a DST Global, que correram para aumentar suas apostas na América Latina, e a abordagem mais cautelosa que o fundo tem adotado em meses recentes em meio ao inverno das startups.

Além disso, a Pitchbook também cita os desfalques na liderança do fundo, com executivos debandando para tocar suas próprias iniciativas. Em janeiro, a companhia perdeu Marcelo Claure, responsável pelos fundos latino-americanos da SoftBank (SoftBank Latin America Fund e SoftBank Latin America Fund II), além de vários outros nomes incluindo Paulo Passoni e Shu Nyatta, que também atuavam na gestão do Latin America Fund.

A reconfiguração da abordagem do fundo na região também é mencionada, incluindo movimentos como a criação em abril da Upload Ventures, spin off do business de early stage do SoftBank liderado por Rodrigo Baer e Marco Camhaji, que haviam se juntado à companhia alguns meses antes.

As coisas não andam fáceis para o SoftBank de forma geral: em maio deste ano, o fundo japonês contabilizou um prejuízo de US$ 13,2 bilhões no ano fiscal encerrado em março passado. O fundo, que no Brasil tem empresas como QuintoAndar, Creditas, Gupy, Contabilizei e outras em seu portfólio, alegou que várias de suas investidas tiveram dificuldades em meio à crise macroeconômica global.