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O mercado de venture capital continua aquecido e não deve resfriar tão cedo. De janeiro a maio, os aportes em startups movimentaram US$ 3,2 bilhões, o equivalente a 90% do total investido em 2020, segundo o Distrito. Sim, isso mesmo, 90% de 2020 em apenas 5 meses. Foi um crescimento de 293% na comparação com igual período do ano passado. Em termos de negócios, foram 261 transações registradas. Só em maio foram US$ 788 milhões investidos, maior volume para o mês, e 55 aportes feitos, também um recorde.

“As empresas perceberam a necessidade de criar produtos mais aderentes à nova realidade digital imposta pela pandemia. Neste contexto, as startups são alternativas para acelerar a inovação e transformação digital. Por isso, não é absurdo dizer que o Brasil caminha para algo em torno de US$ 4,5 bilhões ou até US$ 5 bilhões em 2021”, disse Gustavo Gierun, fundador e diretor do Distrito, em evento on-line com jornalistas. A grande liquidez no mercado também foi apontada por ele como impulsionadora para os aportes.

A projeção de Gustavo representa um incremento de quase 43% em relação aos US$ 3,5 bilhões movimentados em 2020. Nada mal, né?

O mês de maio

O QuintoAndar é o primeiro na lista dos principais investimentos de maio, com a série E de R$ 300 milhões que fez com que atingisse valor de mercado de R$ 4 bilhões. Em seguida está a CloudWalk, que levantou US$ 190 milhões em rodada série B. As rodadas da Hashdex e da Sensedia, de R$ 135 milhões e R$ 120 milhões, respectivamente, também foram destaques no mês.

No acumulado do ano, a vertical de fintechs foi a que realizou mais rodadas (57), somando US$ 1,15 bilhões (que novidade…). Os investimentos em proptechs, segundo maiores, foram de US$ 835 milhões, seguidos por retailtechs, edtechs e healthtechs.

O movimento de fusões e aquisições também continua animado. Foram 91 operações nos 5 primeiros meses do ano (alta de 53% comparada a 2020), sendo 16 só em maio. Destaque para a compra da Otimize pela Atta; da Promobit pela Méliuz; e da Nexoos pela Ame.

Mapeamento de startups

Durante o evento on-line, o Distrito também anunciou uma nova metodologia, denominada Deal Forecasting, para indicar ao mercado quais startups estão mais próximas (segundo alguns critérios de seleção) de receberem novas rodadas de captação ou de serem adquiridas.

Segundo Gustavo, o objetivo é transformar dados em inteligência para melhor compreensão do mercado. A base de dados foi estruturada em 2017 e conta hoje com mais de 40 mil startups e mais de 6 mil rodadas de investimentos mapeadas.

A base para encontrar as oportunidades foram dois índices desenvolvidos pelo Distrito, o Dataminer Score, para avaliar a maturidade das startups, e o TREL, indicador que avalia o tempo que uma startup leva para progredir entre os estágios de investimento. A novidade vem sendo testada desde dezembro passado e deve passar por mais melhorias para ser levada ao mercado de maneira escalável.

Alguns cases previstos pelo Deal Forecasting acabaram se concretizando meses depois. Foi o caso da Bling, por exemplo, adquirida pela Locaweb por R$ 524 milhões em abril. Em dezembro, o algoritmo do Distrito considerou que a empresa estava no ponto certo para captar um investimento. Os critérios para tal conclusão foram a soma de um produto robusto, um bom time e uma possível estagnação no crescimento da Bling.

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