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Os investimentos globais em venture capital quase dobraram em 2021, registrando um novo recorde. Foram US$ 671 bilhões aportados em 38.644 negócios, segundo o Venture Pulse, relatório da KPMG Private Enterprise. Somente no 4º trimestre foram US$ 171 bilhões investidos em 8.710 transações.

Para se ter ideia do crescimento anual, em 2010 os investimentos totalizaram US$ 347 bilhões mundo afora, com 31.623 negócios. Isso significa que em 11 anos, o tíquete médio dos aportes subiu quase 60%, saindo de US$ 10,97 milhões para US$ 17,36 milhões.

E a maior frequências de rodadas de centenas ou mesmo bilhões de dólares explica essa alta. No 4º trimestre, foram nada menos do que 10 rodadas de investimento de mais de US$ 1 bilhão em 3 países (China, Estados Unidos e Indonésia). A maior foi feita pela J&T Express, com sede na Indonésia (US$ 2,5 bilhões). Em seguida estão as das americanas Commonwealth Fusion Systems (US$ 1,8 bilhão) e da Gopuff (US$ 1,5 bi).

O Brasil desta vez ficou de fora do ranking. Ué, mas você deve estar se perguntando, e o Nubank? Embora a série G do neobank tenha rolado no 4º tri, a consultoria explica que o ranking desconsidera startups que fizeram IPO no período. Detalhes a parte, o país foi responsável pelo nascimento de 2 dos 4 novos unicórnios na América Latina: a CargoX pela Frete.com, holding criada para a abrigar a união da Cargo X com a FreteBras, e a Olist, de soluções de e-commerce, após uma série E de US$ 186 milhões.

As Américas atraíram um recorde de US$ 95,2 bilhões em investimentos durante o último trimestre de 2021, com os EUA respondendo por (só) US$ 88,2 bilhões do total. Na Europa, os investimentos em VC somaram US$ 28 bilhões, enquanto na região da Ásia-Pacífico os aportes totalizaram US$ 46,2 bilhões, um novo recorde para a região. Números da América Latina não foram computados.

“A participação dos investidores em aspectos ambientais, sociais e de governança e em tecnologia limpa (cleantech) cresceu significativamente e especialmente em áreas como veículos elétricos, energias renováveis, mobilidade e infraestrutura. Grande parte dos negócios globais estava concentrada em tecnologias sustentáveis. Vale lembrar também que os investimentos possuem cada vez mais relevância em estratégias de inovação aberta em empresas de variados portes e complexidades”, afirma o sócio-líder de Private Enterprise da KPMG, Jubran Coelho.

Venture capital vs Private equity

Considerando o Brasil, os investimentos feitos em venture capital (VC) em 2021 continuaram à frente dos aportes feitos em private equity (PE). Segundo levantamento feito pela KPMG em conjunto com a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), os aportes dos fundos de VC alcançaram R$ 53,8 bilhões no ano passado, aumento de 128% em relação a 2020. Já os investimentos em private equity caíram 19%, para R$ 7,3 bilhões.

“Essa queda pode estar refletindo uma sensibilidade maior à necessidade de reformas estruturais ainda pendentes e incertezas da pandemia ou do futuro econômico e talvez político do país. Ainda assim, percebemos muita movimentação recente e uma tendência para novos investimentos, especialmente ligados às empresas ou ativos com boa pegada de ESG”, comenta Roberto Haddad, sócio-lider de Private Equity e Venture Capital da KPMG no Brasil.

Iniciativas ESG e sustentáveis, assim como o aumento do interesse nos mercados internacionais e o fortalecimento das fintechs são algumas das principais tendências para 2022. Ainda de acordo com a KPMG, a combinação de um forte investimento com o impulso contínuo para a digitalização provavelmente ajudará a manter o incentivo em venture capital alto no primeiro trimestre deste ano.

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