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Há uma década, a Airbnb tem se movimentado para ajudar vítimas de circunstâncias adversas com um lugar temporário para morar. No entanto, a empresa tem enfrentado desafios para exercer seu ativismo e atuar como uma plataforma de doações no atual conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

Em 2012, a companhia fundada por Brian Chesky criou o Airbnb.org, depois que uma anfitriã nos Estados Unidos abriu as portas de sua casa para ajudar pessoas que perderam suas casas no furacão Sandy. O braço sem fins lucrativos da empresa de hospedagem passou a habilitar anfitriões a oferecer estadias a um custo mais baixo ou de graça para pessoas impactadas por emergências – incluindo a pandemia de Covid-19, em que governos em redor do mundo e outras ONGs buscaram formas de isolar pessoas vulneráveis em meio à crise sanitária.

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Desde o início do projeto, o Airbnb respondeu a centenas de desastres, ajudando vítimas e pessoas que trabalham em zonas de desastres a encontrar um lugar para ficar. Exemplos incluem os incêndios na Austrália em 2020 e enchentes naquele país em 2022, além de apoiar grupos específicos como mulheres vítimas de violência doméstica no México e refugiados que deixaram o Afeganistão após a ascensão do Taliban ao poder.

Camadas de complexidade

No conflito entre a Rússia e a Ucrânia, além de ter ofertado acomodação temporária de graça para até 100,000 refugiados logo no início da guerra, a plataforma atraiu milhões de dólares em doações do mundo inteiro de pessoas que não poderiam hospedar. Segundo o The Washington Post, até o dia 7 deste mês, mais de 60 mil noites tinham sido reservadas na Ucrânia por pessoas que provavelmente nunca visitarão estes lugares, como forma de apoiar a população local.

Ao mesmo tempo em que a plataforma emergiu como um meio eficiente e confiável de ajudar pessoas em uma situação de guerra, as camadas de complexidade da iniciativa não tardaram a surgir. Por exemplo, um artigo da Vox aponta que a Ucrânia tem uma alta taxa de exclusão digital, com mais de 30% da população sem acesso à Internet.

Além disso, a matéria sugere que as doações acabam beneficiando ucranianos que tem condições relativas de se manter, e aponta o risco de anúncios falsos, apesar de o Airbnb ter meios de verificar anfitriões.

Outro artigo, do Politico, também aponta as camadas de complexidade da iniciativa no contexto do atual conflito. Segundo o repórter Pieter Haeck, a circunstância apresenta desafios gigantescos, que incluem o contato com autoridades e ONGs que estejam mais próximas das necessidades dos refugiados ucranianos.

“A adesão dos anfitriões e a coleta de doações para subsidiar as estadias é a parte mais fácil. Conectar refugiados aos anfitriões requer uma quantidade significativa de tempo e logística, especialmente considerando que a situação por lá, e nos países vizinhos à Ucrânia, ainda é complicada”, diz Pieter em um post no LinkedIn, acrescentando que o projeto do Airbnb precisa de um “choque de realidade”.

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