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Conhecido por ser um dos fundos mais poderosos do mundo quando o assunto é private equity, o Blackstone está se movimentando para fazer ondas no cenário das startups. A gestora planeja colocar pelo menos US$ 2 bilhões em linhas de crédito para startups e empresas de tecnologia nos próximos anos.

Segundo reportou o The Information, a expectativa da empresa é entrar em acordos de venture debt, deals com empresas às vésperas de uma oferta pública (IPO) e outros acordos para reforçar startups que há pouco tempo fizeram o seu IPO.

De acordo com o head global de investimento em tecnologia da Blackstone, Viral Patel, a decisão da gestora – o primeiro em larga escala para injetar em startups – é um reflexo de novos tempos no ecossistema. Segundo o executivo, mais e mais startups estão recorrendo ao endividamento para financiar seus planos de crescimento.

Em entrevista ao The Information, Patel pontuou que o foco destes investimentos é o de “prover capital às companhias com as melhores soluções tecnológicas, mas que estão em um ambiente desafiador de capital atualmente”.

Para startups menos maduras, o plano da gestora é o de fornecer empréstimos na média dos US$ 50 milhões, entrando em competição com fundos médios de venture debt como Hercules Capital e TriplePoint. Porém, nos financiamentos mais para o alto da pirâmide, a Blackstone deve optar por deals mais elaborados, incluindo opções por equity nos contratos.

Venture debt é o novo venture capital?

Como já noticiamos aqui nos Startups em outras ocasiões, o mercado de venture capital não está dos mais favoráveis atualmente. Além da retração no número e no valor dos cheques, fundadores estão vendo os valuations de suas empresas cair, o que tornou o venture debt uma aposta mais atraente no momento. No caso dos IPOs, não é muito diferente, com várias empresas recentemente listadas perdendo valor na bolsa.

Neste cenário, cada vez mais o venture debt e outras linhas de financiamento estão ganhando adeptos, inclusive no Brasil e América Latina. Segundo um levantamento da Sling Hub, em julho os aportes por venture debt representaram 37% de todos os deals no mês – um montante de US$ 311 milhões.

O private equity também vive um momento de aceleração no Brasil. Conforme estudo da Abvcap e KPMG, no primeiro trimestre do ano o segmento movimentou R$ 5,2 bilhões, uma alta de 173% em relação ao mesmo período no ano passado. Para efeitos de comparação, no mesmo período o setor de venture capital teve queda de 27%, totalizando R$ 6,4 bilhões.

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